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Polícia Segunda-feira, 16 de Setembro de 2024, 17:17 - A | A

Segunda-feira, 16 de Setembro de 2024, 17h:17 - A | A

irmãs torturadas e mortas

Preso na PCE exigiu R$ 100 mil para não matar candidata e criminosos estavam rindo depois de roubar o dinheiro

Os criminosos só abandonaram o cativeiro após a fuga de uma das vítimas.

Gislaine Morais/VGN

Durante o tempo que as irmãs Rayane Alves Porto, 25, e Rithiele Alves Porto, 28 anos, permaneceram no cativeiro, elas foram obrigadas a ligarem para familiares pedindo dinheiro para o resgate delas e dos três jovens sequestrados na madrugada de sábado (14.09), no Festival da Pesca no município de Porto Esperidião, a 327 km de Cuiabá.

Segundo informações obtidas pelo , a ordem para matar as vítimas partiu da Penitenciária Centro do Estado (PCE). Um faccionado identificado como "Véio" exigiu R$ 100 mil para não matar a candidata. As vítimas conseguiram apenas R$ 11 mil. Os bandidos que mataram as vítimas foram presos logo depois de fazer compras com o dinheiro e estavam rindo na chegada do hotel em Cáceres.

Desesperada jovem liga para candidato pedindo dinheiro 

Conforme o depoimento de um dos jovens, a ligação para preso da PCE, vulgo “Véio” foi feita ainda nas dependências da festa e ele teria dito que Rayane, como candidata a vereadora, estaria ligada à facção criminosa PCC e queria tomar o poder dele. Segundo o jovem, “Véio” permaneceu na videochamada por cerca de 3 horas, durante toda ação criminosa.

O jovem relatou que na casa, enquanto os três irmãos, Rayane, Rithiele e R., eram torturados, tendo dedos, orelha e cabelos cortados, “veio” disse que queria R$ 100 mil senão mataria todos. No relato, Rayne chegou a ligar para o candidato a prefeito, Herculis "Da Saúde" (PSD) pedindo o dinheiro.

Outra pessoa, que seria o padrasto de um dos jovens que estava no cativeiro, ainda conseguiu transferir a quantia de R$ 11 mil. Eles ainda tentaram com outros empresários, mas foi em vão. O depoente disse que após não conseguirem o dinheiro, escutou “veio” mandando executar todos.

Segundo ele, nesse momento empurrou um dos suspeitos que estava a sua frente e conseguiu pular o muro. Ele conseguiu parar um carro que o levou até aos policiais militares.

Já no depoimento de um dos menores, ele alega que as ligações pedindo dinheiro partiu dos criminosos, sendo que o deposito no valor de R$ 11 mil foi para conta de R.S.N., 19 anos, e logo em seguida as irmãs foram mortas. Um dos suspeitos disse que acreditavam que o irmão também estaria morto, mas após as prisões ficaram sabendo que ele sobreviveu.

Os criminosos só abandonaram o cativeiro após a fuga de uma das vítimas. Segundo o menor, ele, duas menores e R.S., solicitaram um táxi e foram para cidade de Cáceres. 

Em seu depoimento, o taxista confirmou que deixou o quarteto no Hotel Porto Belo, pela quantia de R$ 500 reais. Segundo ele, o preço do mercado seria R$ 350, mas os suspeitos ofereceram mais. O taxista disse que recebeu a quantia de R$ 1.250 mil no pix, o restante do dinheiro seria para retornar e pegar mais duas mulheres, e os R$ 250 seria para um frete de caminhão de mudança que os suspeitos fizeram. Ele disse que não levou mais ninguém, pois a pessoa que indicaria onde estavam as passageiras, não atendeu ao telefone.

Após o depoimento do taxista, os policiais da cidade de Cáceres foram até o hotel e ficaram cerca de 20 minutos aguardando, pois, funcionários haviam dito que os hóspedes tinha ido para centro da cidade.

Suspeitos estava rindo após fazer compras

Conforme o Boletim de Ocorrência nº 2024.279272, quando os suspeitos desceram de um veículo de aplicativo com várias sacolas de compras, receberam voz de prisão. Segundo a polícia, todos eles estavam rindo após o momento das "compras" com o valor roubado das vítimas. 

No local, R.S.N., 19, foi preso, e um menor, 17, e duas menores, 16 e 17 anos, foram apreendidos. Em busca nos dois quartos que os suspeitos estavam hospedados, os policiais encontraram aparelhos celulares, possivelmente das vítimas.

Os suspeitos foram levados à delegacia de Porto Esperidião, cidade onde ocorreu o crime. Logo após entregarem os jovens, os militares fizeram a prisão do casal A.C.C.S., vulgo “Kaka”, 30, M.D.G.R., 29 anos. Na casa, foi encontrado uma sandália com marcas de sangue, uma faca e roupas queimadas do lado de fora da residência. O casal foi detido e encaminhado à delegacia.

Ainda durante todo sábado (14), as buscas continuaram e ao todo, dez pessoas foram capturadas, sendo seis adultos que foram presos e quatro menores apreendidos.

Cinco deles, sendo o casal M.D. e A.C.C., o jovem que recebeu o dinheiro na conta, R.S.N., e L. dos S.J., tiveram suas prisões em flagrante convertidas em preventivas.

Crime que chocou moradores de Porto Esperidião 

As duas irmãs foram torturadas, tiveram os dedos e cabelos cortados e depois foram mortas a facadas. Os dois jovens também foram torturados, contudo, um deles conseguiu fugir do cativeiro e acionar a Polícia Militar. O outro jovem teve um dedo e a orelha cortados, além de corte na nuca.

Motivação do crime

Segundo o jovem que conseguiu fugir do cativeiro, eles foram sequestrados e submetidos a torturas após uma foto em que os amigos tiraram no Rio Jauru simbolizando o número 3, símbolo esse de facção rival dos criminosos.

 

 
 
 
 
 

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