A edição 13331 do jornal Diário de Cuiabá, de 12/06/2012, veiculou pesquisa do Ibope a respeito da corrida eleitoral em Várzea Grande. Foram construídos cinco cenários. Jaime Campos está em dois desses cinco. E nos dois aparece com o maior percentual de intenções de voto.

Maksuês Leite gostou tanto dos resultados de Jaime Campos que, na mesma data, em seu programa policial Comando Geral, anunciou-os de calculadora na mão. Com a calculadora em mãos o ex-deputado fez as contas a respeito da diferença entre Jaime Campos e Wallace Guimarães. Não conseguiu subtrair mentalmente os percentuais de 47% e 20%, respectivamente de Jaime e Wallace.

Preocupado com a dificuldade de Maksuês Leite com os números o VG Notícias decidiu publicar algumas considerações a respeito da pesquisa e de sua significação eleitoral.

Inicialmente, o principal em uma pesquisa é a idoneidade do instituto de pesquisa, segundo Maksuês Leite. Antes de efetuar sua operação aritmética de subtração o apresentador assegurou ao seu telespectador que o instituto não errava jamais. Disse algo assim: “é o Ibope, não é opinião minha não, o Ibope não erra”.

Os números parecem contrariar o apresentador. Nos dois cenários nos quais Jaime Campos aparece como candidato os números não fecham. No primeiro cenário a totalização chega a 98% e não a 100%. No segundo cenário a totalização chega a 101% e não a 100%. Alguém errou: o Ibope ou o jornal Diário de Cuiabá ao publicar os números da pesquisa. E Maksuês errou ao assegurar que um instituto jamais erra uma bobagem que exige a desinformação típica do apresentador.

Erros à parte, porque desinteressa de quem seja a pesquisa é válida. E interessam seus resultados e o que eles significam. Eis o primeiro cenário (no qual os números não fecham em 100%).

Jaime Campos surge com 47% de intenções de voto quando seu nome é apresentado ao pesquisado – a pesquisa é na modalidade estimulada. Contudo, quando a pesquisa foi espontânea (perguntaram ao eleitor em quem ele votaria, sem apresentar o nome) Jaime Campos caiu para 12% de intenções de voto.

A diferença de 47% para 12% é a diferença entre quem conhece Jaime Campos e quem votaria de fato em Jaime Campos. Essa diferença pode ser explicada do ponto de vista do marketing político, mas fica mais clara se for explicada com uma analogia. Em política Jaime Campos é como o Milton Nascimento em música: muita gente conhece o artista, mas pouca gente compra seus discos ou canta suas músicas. Jaime Campos conta com um eleitor fiel ao seu jeito antiquado de fazer política. Se for candidato o senador oscilará entre esses 12% de votos – e só.

No próximo texto o VG Notícias analisará o segundo cenário da pesquisa eleitoral realizada pelo Ibope, instituto quase infalível, a pedido do Diário de Cuiabá, jornal que pode ter errado na publicação dos números da pesquisa.

Advertência a Maksuês Leite: não desgrude da calculadora para acompanhar os textos, assim não incorrerá no mesmo erro e não será tão vexatório para um jornalista apresentador. Até para induzir o eleitor precisa saber convencer, pois nem todos seus telespectadores são analfabetos, isso é uma boa notícia para você.