A Escola Municipal Doutor Froes Machado, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, está interditada desde fevereiro, quando começaria o ano letivo, porque o teto da unidade de ensino ameaçava desabar. Desde então, cerca de 750 alunos que estudam no colégio estão sem aulas. As mães dos estudantes realizaram um protesto em frente à escola nesta segunda-feira (10).

Segundo os responsáveis, a diretora da unidade prometeu que as aulas seriam retomadas nesta segunda-feira. No entanto, os pais foram surpreendidos com o colégio fechado ao levarem os filhos à aula. O prefeito Nelson Bornier foi à escola na época da interdição e combinou com os pais que construiria um prédio anexo ao colégio, onde os alunos teriam aulas provisoriamente.

“Nós aceitamos a sugestão e concordamos que eles (alunos) ficariam ali provisoriamente, desde que houvesse ar-condicionado. Deram o prazo até 10 de março, mas hoje (segunda) não estava aberta. Ninguém sabe de nada e não nos dão nenhuma satisfação”, disse Tatiana Fernandes, que tem três filhos matriculados na escola.

Durante o protesto na porta da unidade, mães dos estudantes levaram faixas e cartazes pedindo que a promessa seja cumprida. Elas também querem que o prédio principal, que tem o teto sob risco de desmoronamento, seja reformado e as aulas voltem a acontecer normalmente no local. “O prédio antigo tem 12 salas, quadra e o novo só tem oito salas. Como vão colocar 750 alunos ali? [no prédio anexo]”, questionou a mãe Bianca Oliveira, que tem um filho de cinco anos matriculado.

A secretária de educação de Nova Iguaçu, Aparecida Marcondes, via assessoria de imprensa, afirmou que a escola aguarda a instalação do relógio trifásico pela Light para liberar a Escola Froes Machado. A previsão é que as aulas voltem na segunda-feira (17).

A Light informou ao G1 que vai verificar se há algum pedido da prefeitura de Nova Iguaçu para o Colégio Doutor Froes Machado. Caso exista o registro, a companhia vai checar o andamento da solicitação.

Rifa para ventilador

Segundo as mães dos alunos, a diretora justifica a demora no conserto do teto devido à falta de verba do colégio. Elas reclamam ainda que falta papel higiênico, sabonete e material de limpeza na escola. Uma das paredes da quadra poliesportiva, que dá para a rua, tem um rombo coberto por uma placa de madeira e janelas estão quebradas.

Antes de o prefeito concordar em equipar o prédio novo com ar-condicionado, os estudantes não tinham sequer ventiladores nas salas de aula do edifício principal. A escola chegou a fazer uma rifa com os alunos para arrecadar fundos e comprar circuladores de ar, em 2013.

“Meu filho sempre chegava em casa com rifas de 25 centavos ou um real. Ou seja, a escola não tem verba para comprar ventilador e a gente é quem paga”, disse uma das mães que participou do protesto.