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Nacional Quarta-feira, 10 de Junho de 2015, 10:05 - A | A

Quarta-feira, 10 de Junho de 2015, 10h:05 - A | A

No Escuro

Sem luz em hospital, enfermeiras usam celular para encontrar veia de paciente

Enfermeira do Lourenço Jorge usa lanterna de celular para iluminar braço de paciente idosa, enquanto a colega procura veia para colocar o soro

Extra

A enfermeira ilumina com a luz do celular o braço da paciente, de 78 anos, enquanto outra tenta achar a veia da idosa para introduzir o soro. A cena aconteceu na noite do último dia 2, na enfermaria 112 do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e foi filmada pela filha da paciente. Postado no mesmo dia na internet, o vídeo acumulava até ontem mais de 175 mil visualizações.

As profissionais de saúde improvisaram para driblar a falta de lâmpadas nas enfermarias, que, segundo funcionários, é recorrente e acontece em outros setores.

— Na manhã seguinte à postagem, um funcionário apareceu na enfermaria para trocar as lâmpadas e me disse que elas tinham sido retiradas de outro lugar. Quando perguntei se ele estava despindo um santo para cobrir outro, só me respondeu que a ordem era para fazer a troca logo. Acho que foi pela repercussão do meu vídeo — contou a filha da paciente, a gerente de vendas Kátia Arantes, de 53 anos.

A moradora de Sampaio disse que apenas as duas lâmpadas fluorescentes do fundo da enfermaria não estavam queimadas no dia em que fez a gravação. Além da sua mãe, havia outras três paciente local. A idosa, que sofre de Alzheimer, está internada desde 20 de maio, quando fraturou a tíbia num acidente doméstico.

— Minha indignação é com o hospital. As enfermeiras, que antes da minha mãe tinham feito o mesmo procedimento em outra idosa, foram profissionais — afirmou Kátia.

Funcionários confirmaram que a falta de lâmpadas persiste e atinge outros setores.

— As chances de erro são grandes ao fazer um acesso para aplicar o soro ou ministrar uma medicação — queixou-se uma enfermeira que não quis se identificar.

Uma técnica de enfermagem do ambulatório disse que a falha também acontece lá:

— Não há lâmpadas no banheiro do vestiário. O jeito é manter a janela aberta para aproveitar a claridade de fora. Teve dia que até o hall do ambulatório ficou às escuras.

Uma profissional do setor de hemoterapia diz que falta pessoal para repor lâmpadas, já que o serviço de manutenção estaria desfalcado, contando com um só funcionário.

A direção do Hospital Municipal Lourenço Jorge informou que abriu sindicância para apurar o caso. Segundo a unidade, cada enfermaria conta com oito lâmpadas. “No dia relatado, faltavam duas na enfermaria em questão”, informou em nota, acrescentando que a reposição foi providenciada.

A direção também disse que lamenta o ocorrido e está à disposição da família para esclarecimentos, mas não se manifestou sobre a denúncia de existência do problema em outros setores nem da falta de pessoal de manutenção, relatada.

O Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) ainda não tinha tomado conhecimento do problema, mas informou que enviará uma equipe de fiscais ao local, hoje, para apurar a denúncia junto à direção do hospital e ouvir os profissionais.

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