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Nacional Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013, 10:04 - A | A

Sexta-feira, 13 de Setembro de 2013, 10h:04 - A | A

Insanidade Mental

Marcelo Pesseghini será citado em livro sobre criminosos com doenças mentais

Psiquiatra Guido Palomba traça perfil de suspeito de chacina e suicídio.

do G1 SP

O adolescente Marcelo Pesseghini, suspeito de matar a família e se suicidar em seguida em 5 de agosto, na Zona Norte de São Paulo, será citado no próximo livro do psiquiatra forense Guido Palomba sobre insanos mentais que cometeram crimes. Responsável por elaborar para a Polícia Civil o laudo a respeito do perfil psicológico do estudante de 13 anos, o especialista afirmou ao G1 que prepara  "Insania Furens" ("Insanidade Furiosa", numa tradução livre do latim para o português do título provisório). A obra reunirá personagens reais de aproximadamente 20 casos que Palomba analisou nos últimos 20 anos.

"Marcelo Pesseghini precisa constar no livro que vai tratar de casos de insanos mentais que cometeram delitos. Posso admitir que o menino tinha insanidade mental, um sinônimo para doença mental, doença psíquica”, afirmou Palomba, que atribui a esse transtorno o motivo de o garoto ter pego a pistola .40 da mãe e executado os pais, policiais militares, a avó materna e a tia-avó nas residências das vítimas, num mesmo terreno, na Vila Brasilândia.

Nome da doença - Palomba dirá o nome da doença que Marcelo tinha na perícia psiquiátrica que será entregue ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso. “Vou relatar o nome do transtorno, como ele se manifesta, porque se manifestou e sua origem”, afirmou o psiquiatra, que pretende relatar o documento antes do dia 5 de outubro, prazo para a conclusão do inquérito policial.

De acordo com o psiquiatra, ele ainda não pode revelar o nome da doença que Marcelo tinha por questões éticas. “Me comprometi a falar primeiro para a polícia. O que posso dizer é que a doença que ele tinha, entre aspas, é comum na psiquiatria. A morfologia do crime é que chama a atenção pelos 13 anos do autor”, disse Palomba.

Game violento - Para traçar o perfil de Marcelo, Palomba está tendo acesso aos depoimentos de quase 50 pessoas e também requisitou laudos técnicos. Algumas testemunhas relataram que o estudante sempre manifestou o desejo de matar a família, inspirado no game "Assassin's Creed". O garoto chegou a trocar a foto de sua página do Facebook por uma imagem do assassino do jogo um mês antes dos crimes.

“Um dos tópicos da perícia psiquiátrica é sobre a influência do vídeo game”, falou Palomba, que entre outros livros, chegou a publicar em 1996 o título "Loucura e Crime".

Nesta semana, laudos da Polícia Técnico-Científica entregues ao DHPP reforçaram a tese da investigação de que Marcelo matou o pai, o sargento das Rondas Tobias de Aguiar (Rota), Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos; a mãe, a cabo Andréia Bovo Pesseghini, de 36; a avó-materna Benedita de Oliveira Bovo, 65; e a tia-avó Berndadete Oliveira da Silva, 55.

Laudos - A reportagem do SPTV teve acesso com exclusividade ao resultado dos exames necroscópicos da família Pesseghini, morta no início de agosto na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo. O trabalho da perícia mostra como foi a sequência dos assassinatos.

Os laudos não têm uma conclusão sobre a hora exata das mortes, mas indicam que algumas das vítimas agonizaram antes de morrer. A perícia confirma o quádruplo homicídio seguido de suicídio de Marcelo.

Apesar de terem visto parte dos resultados dos exames, representantes da família Pesseghini disseram na quinta-feira (5) que ainda aguardam a conclusão do inquérito policial para saber se Marcelo foi responsável pela chacina.

"Enquanto isso não ocorre, acreditamos que Marcelo é inocente", disse o tio-avô Sebastião Oliveira.

Questionado se a família está preparada para receber a notícia da polícia de que foi Marcelo, Oliveira respondeu: "O que a gente pode fazer? A gente não é nenhuma família diferente. Existe fatalidade em qualquer família. Se isso acontecer, nós vamos sofrer bastante, mas vamos ter de aceitar. A gente não pode aceitar assim: estão acusando a criança sem ter provas ainda. Agora, a hora que tiver provas concretas, infelizmente a gente vai ter que aceitar."

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