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Nacional Segunda-feira, 03 de Agosto de 2015, 08:33 - A | A

Segunda-feira, 03 de Agosto de 2015, 08h:33 - A | A

Homofobia

Casal de rapazes diz que foi vítima de agressão apenas por andar de mãos dadas

Apesar da violência, Maicon e Alan não vão deixar de demonstrar afeto em público: “É um direito nosso!”

O Dia

Era uma ocasião que tinha tudo para ser apenas de festa para um jovem casal. O recepcionista Alan Alves Tatagiba fez 20 anos neste domingo e decidiu, ao lado do companheiro, o estudante Maicon Marques Viana, 18, antecipar a comemoração para a noite da última sexta-feira. Saíram de Arraial do Cabo, onde moram, e foram para a vizinha Cabo Frio, na Região dos Lagos, litoral do estado do Rio. Na boate tudo correu bem. Foi uma noite de alegria e diversão. Mas quando chegaram ao terminal de ônibus, na manhã de sábado, eles contam, foram alvos de insultos e violência física homofóbica de um desconhecido. Alan e Maicon afirmam que o agressor ficou incomodado ao vê-los de mãos dadas e os atingiu no rosto e no estômago.

“A gente estava chegando para lanchar no terminal antes de voltar para Arraial quando esse cara nos viu passando de mãos dadas e disse: ‘as bichinhas chegaram’, disse Alan. ” Eu respondi e disse, sou gay sim”, rebateu Maicon. “Eu disse que ele não deveria agir desse jeito, que ele não sabia o dia de amanhã, que poderia ter um filho gay. Foi quando ele se ofendeu e partiu pra cima de mim”, lembrou Alan com tristeza.

O recepcionista foi a primeira vítima das agressões. Maicon disse que ainda tentou intervir se colocando à frente do agressor, mas segundo eles, por ser o homem muito mais alto e forte que os dois, acabou conseguindo derrubá-los no chão. O casal foi atingido com socos e chutes no rosto e no estômago.

“Depois de tudo, ele nos ameaçou de morte. Disse que ia nos matar, que era bandido, assaltante de banco e que ia nos pegar, que não sabia com quem a gente se meteu”, disse Alan. Das marcas da violência, ele ressalta que os danos morais serão os mais difíceis de apagar. “Não desejo para ninguém sentir isso que estamos sentindo. Parece que podemos apanhar a qualquer hora e que não vai haver justiça”, desabafou.

Alan, que também trabalha como drag queen em festas na região, revela a preocupação de voltar a Cabo Frio e encontrar novamente com a pessoa que os agrediu. “Eu tenho medo de encontrar com ele (o agressor) de novo no terminal. Eu, quando vou fazer festas, saio de casa já com o rosto maquiado e isso pode fazer eu ser reconhecido mais facilmente. Isso me dá medo, muito medo”. Contudo, o casal não pretende abdicar do direito de demonstrar a afetividade em público: “É um direito nosso”, resumiu.

A 126°DP (Cabo Frio) abriu investigação para o caso, que foi registrado como lesão corporal e injúria. Agentes realizam diligências em busca de imagens de câmeras de segurança e outras informações que ajudem a identificar a autoria.

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