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Artigos Sábado, 02 de Janeiro de 2016, 09:33 - A | A

Sábado, 02 de Janeiro de 2016, 09h:33 - A | A

Igualdade X liberdade

                                                                                                                                                                                                                                               por Hélio Schwartsman *

 

"Igualdade" se tornou a palavra de ordem deste início do século 21. Para os países pobres, a bandeira não é nova. Eles sempre tiveram no horizonte a meta de reduzir tanto com a desigualdade interna (entre milionários e miseráveis) como a externa (entre nações). Mas, desde a crise financeira de 2008-9, o mote alcançou também os países ricos, do que dão prova slogans como "We are the 99%" e o sucesso do livro de Thomas Piketty sobre a concentração de renda.

Não há dúvida de que sociedades menos desiguais funcionam melhor. Elas tendem a ser mais ricas, mais educadas, menos violentas e por aí vai. O que é causa e o que é efeito pode ser difícil de determinar, mas está claro que a redução das desigualdades é algo a perseguir.

É preciso, porém, resistir à tentação das interpretações unidimensionais. Uma das contradições básicas da política, que raramente é mencionada, é que liberdade e igualdade são incompatíveis. Se a sociedade é livre, as pessoas que se esforçarem mais acumularão mais bens e os transmitirão a quem desejarem, tipicamente os filhos. Mas, neste caso, a sociedade deixa de ser igualitária, pois não só alguns terão mais do que outros como também herdarão riquezas pelas quais não trabalharam.

O paradoxo não tem solução. Cada sociedade precisa definir o "mix" de liberdade e igualdade que concederá a seus membros. Não podemos esquecer, porém, que a proporção escolhida tem implicações. Se a liberdade é total, cenários distópicos de concentração de renda tendendo ao infinito se tornam possíveis. Se a igualdade é plena, desaparecem os incentivos para produzir mais e, principalmente, para inovar.

Considerando que foi o desenvolvimento científico que tirou a humanidade do estado de penúria material em que viveu na maior parte da história, penso que a liberdade deve ter prioridade. Não se mata a galinha dos ovos de ouro.

 

Hélio Schwartsman é bacharael em filosofia 

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