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Política Quinta-feira, 19 de Novembro de 2015, 09:52 - A | A

Quinta-feira, 19 de Novembro de 2015, 09h:52 - A | A

Lula nega pressão por Meirelles e diz que Fazenda é 'problema' de Dilma

"Eu não quero tirar o [Joaquim] Levy nem colocá-lo", disse Lula

G1.com

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, em entrevista veiculada na GloboNews nesta quarta-feira (18), que esteja pressionando a presidente Dilma Rousseff a trocar o comando do Ministério da Fazenda.

Na entrevista, ao jornalista Roberto D'Ávila, Lula foi questionado sobre rumores de que queria a saída de Joaquim Levy e de que estaria pressionando Dilma a substituí-lo pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Na última quarta (11), o principal índice da Bovespa fechou em alta sob efeito de crescentes especulações sobre uma eventual ida de Meirelles para o comando da Fazenda. O ex-presidente do BC, porém, já negou ter recebido qualquer convite de Dilma para assumir a pasta.

A própria presidente já negou, em diversas ocasiões, que trocará o comando do ministério e garantiu que Levy ficará no cargo.

"Somente a Dilma é que sabe [sobre uma eventual troca na pasta]. Eu estou vendo muito boato, muita bobagem. Eu não gostaria [que Levy saísse]. Eu, às vezes, vejo coisa escrita que eu fico pasmo. 'O Lula quer tirar o Levy'. Eu não quero tirar o Levy nem quero colocá-lo", disse o ex-presidente.

"O Levy e o ministro da Fazenda é um problema da presidenta Dilma. Você sabe por que eu fiquei cinco anos sem dar entrevista? É porque um ex-presidente precisa tomar muito cuidado para não dar palpite. É como se um ex-marido fosse aconselhar o atual marido a como cuidar da mulher. O ex-presidente não pode agir assim", completou.

Ajuste fiscal

O ex-presidente também falou, durante a entrevista, sobre as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal para reajustar as contas públicas. Para Lula, a presidente Dilma "está certa" ao propor o ajuste. Ele, porém, criticou o fato de o Congresso ainda não ter aprovado o pacote.

"A Dilma está certa em fazer o ajuste. O que está errado é que está demorando demais. E não é culpa dela. Nós temos uma crise política muito séria, há uma confrontação de um ano entre Legislativo com o Executivo", disse Lula.

"Eu acho que tem uma crise política. [...] me parece que com a Câmara, o [Eduardo] Cunha tem um poder muito grande. Os líderes partidários não têm a força que parecem ter. Os presidentes não mandam mais nos partidos, os líderes também não", afirmou ao tentar justificar os motivos de os parlamentares ainda não terem votado o ajuste.

Lula voltou a dizer que o governo Dilma cometeu erros. Entre eles, segundo o ex-presidente, está o fato de a presidente ter dito que não tomaria medidas durante a campanha eleitoral e, após detectar a crise econômica, ter adotado tais medidas.

"Nós cometemos erros. [...] Ela [Dilma] percebeu que estava saindo mais água da caixa do que entrando. Daí a contradição do discurso da campanha com o que ela está fazendo. Mas ela teve o compromisso de manter [o ajuste]", defendeu.

Investigações

Lula também falou sobre as investigações da Operação Lava Jato e sobre o que ele chamou de "vazamento seletivo de informações". Para o ex-presidente, há pessoas que vazam informações com o objetivo de constranger a ele e ao PT.

"Eu acho grave o vazamento seletivo de algumas informações. Não é possível. [...] O que eu não posso aceitar é o disse-que-disse. Nem para mim nem para ninguém. Eu não posso ficar trabalhando com vazamento seletivo todo dia", criticou.

Ele disse ainda que foi um "susto" para ele e para o mundo a descoberta do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Lula disse que a "história da quadrilha é antiga" e afirmou que os diretores e gerentes que se beneficiaram do esquema entraram na estatal "há mais de 30 anos".

O ex-presidente foi questionado ainda sobre a investigação de um de seus filhos na Operação Zelotes. Para Lula, ele terá de "provar que fez a coisa certa" e que não cometeu nenhuma irregularidade.

Três empresas de Luís Cláudio Lula da Silva foram alvo de ações de busca e apreensão no final de outubro na Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.

Segundo as investigações, a LFT, de Luís Cláudio,  recebeu pagamentos do escritório Marcondes e Mautoni, investigado por ter atuado de forma supostamente ilegal pela aprovação da MP 471, que beneficiou o setor automotivo.

"E é importante que ele consiga provar mesmo, porque se não, ele está subordinado à mesma Constituição que eu estou", pediu Lula.

Conversas com ex-presidentes

Na entrevista, Lula foi questionado sobre se aceitaria sentar-se com lideranças políticas de partidos de oposição e com ex-presidentes para discutir saídas para a crise política e econômica do país.

Para ele, antes é preciso que os partidos digam se estas lideranças podem falar em nome da legenda e saber se o governo está aberto para receber sugestões destas pessoas.

"[Irei] Se um dia a presidenta Dilma tiver o interesse em chamar os ex-presidentes, chamar as lideranças [...] se tiver assunto para conversar e a presidente disser que vai convidar os ex-presidentes", afirmou.

Lula insistiu que não opina nas decisões tomadas por Dilma e afirmou que não quer "ficar dizendo o que ela tem que fazer".

"Eu não converso [para opinar] por respeito. A Dilma foi eleita, ela tem responsabilidade de mudar o seu governo, ela tem responsabvilidade de governar", explicou Lula.

O ex-presidente ainda foi indagado sobre se aceitaria fazer um debate com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Não", respondeu Lula.

"Eu acho que quem tem que fazer debate é o Aécio [Neves, segundo colocado nas últimas eleições] e a Dilma", enfatizou.

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