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Internacional Quinta-feira, 13 de Agosto de 2015, 16:36 - A | A

Quinta-feira, 13 de Agosto de 2015, 16h:36 - A | A

ALUNO DE HARVARD

Facebook cancela estágio de aluno que mostrou falha em aplicativo

Site desistiu e diz que jovem 'feriu padrões éticos' e 'raspou dados'

G1.com

O Facebook cancelou o estágio oferecido ao aluno da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que mostrou uma falha no aplicativo de bate-papo do site, informou nesta quarta-feira (12) o Boston.com. O estágio deveria ter começado em junho, pouco depois de Aran Khanna ter criado uma extensão para o navegador Chrome que exibia num mapa  a localização de todos os amigos com quem ele havia conversado por meio do Messenger.

O argumento do Facebook é que, além de apontar o problema, Khanna usou uma técnica digital para "raspar" dados do site. Além disso, o jovem teria violado "os elevados padrões éticos" do Facebook ao publicar o artigo em que descrevia sua "descoberta".

Ainda de acordo com o Boston.com, faltavam apenas duas horas para Khanna deixar a cidade e iniciar o estágio quando recebeu o telefonema informando sobre o cancelamento do programa de verão.

No final de maio, Khanna anunciou o convite para o estágio. A novidade foi publicada em seu blog, no mesmo texto em que explicou como desenvolveu o plugin, chamado de “Marauder’s Map” (Mapa do Maroto, em referência aos livros da saga de Harry Potter). O serviço funcionava para qualquer um que tivesse uma conta no Facebook.

Todas as informações de localização utilizadas por Khanna eram aquelas que o próprio aplicativo fornecia. “Você pode não acreditar que essas mensagens etiquetadas com a localização fornecem dados realmente invasivos sobre qualquer um, desde que ele esteja usando o app, com o GPS ligado e escolha compartilhar sua localização”, afirmou Khanna.

A extensão foi baixada 85 mil vezes em três dias, até que o Facebook pediu a Khanna para desativar a "invenção". O site também lançou uma versão atualizada do aplicativo, que dava ao usuário a opção de controlar seus dados de localização. Ao Boston.com, o estudante disse que acreditava estar realizando um serviço público.

Críticas a Zuckerberg

O cancelamento do estágio oferecido a Aran Khanna tem rendido críticas ao Facebook e a Mark Zuckerberg, criador do site, por estarem usando a lógica do "faça o que eu digo, não faça o que eu faço". 

Afinal, o próprio Zuckerberg desenvolveu o Facebook na época em que ainda era estudante de Harvard (ele acabaria desistindo do curso) seria seria um incentivador, entre seus funcionoários, da técnica "modo hacker de agir".

"Hackear significa apenas criar algo rápido ou testar os limites do que pode ser feito", escreveu ele em 2012, numa carta a investidores. "Como a maioria das coisas, isso pode ser usado para o bem ou para o mal, mas a grande maioria dos hackers que conheci tendem a ser pessoas idealistas que querem causar um impacto positivo no mundo."

Detalhes da falha

Aran Khanna  notou que a tecnologia empregada na localização era precisa o suficiente para indicar a posição de um amigo com a margem de erro de menos de um metro. Por isso, saber se a mensagem foi enviada do banheiro ou do quarto não era um problema. Depois de criar a extensão, Khanna começou a analisar o comportamento de seus colegas: em que dormitórios viviam e quais eram suas agendas de atividades, por exemplo.

Ele descobriu ainda que seu plugin podia mostrar a localização de pessoas de quem não era amigo no Facebook. Isso ocorreu porque ele fazia parte de um chat em grupo para discutir poker que reunia também desconhecidos. As mensagens deles também exibiam informações enviadas pelo GPS.

“O principal problema é que todas as vezes que você liga seu telefone e manda uma única mensagem, é muito fácil esquecer sobre sua informação de localização sendo anexada a ela”, afirmou.

“Eu decidi escrever essa extensão porque nós estamos constantemente sendo avisados de como estamos perdendo privacidade com o aumento da digitalização de nossas vidas, ainda que as consequências nunca parecem tangíveis. Com esse código, você pode ver por você mesmo o uso potencialmente invasivo das informações que você compartilha e decidir por si só se isso é algo com que se preocupar.”

O rapaz lembra que essa permissão vem configurada como padrão no Messenger. É possível desativá-la, porém, acessando a política de privacidade do site.

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