De acordo com a medição, baseada em dados compilados entre 2008 e 2010, o país tem a nona maior média de consumo alcóolico, entre 35 países pesquisados no continente (veja a tabela abaixo).
Nos três anos anteriores, os adultos brasileiros consumiam 9,8 litros de álcool puro, terceira maior média do continente.
Segundo a brasileira Maristela Monteiro, assessora principal sobre abuso de substâncias e álcool da OMS, há uma cultura de consumo de álcool instalada na América Latina, criando um importante problema de saúde pública regional.
Na América Latina e no Caribe, as pessoas consomem em média 8,4 litros de álcool puro por ano, 2,2 litros a mais do que a média mundial, diz a OMS.
A consequência é que, em 2012, houve uma morte a cada 100 segundos em decorrência do álcool - 80 mil mortes poderiam ter sido evitadas naquele ano caso o consumo de álcool não tivesse ocorrido.
"Em geral, o consumo de álcool e os danos resultantes são relativamente altos nas Américas, em comparação às demais regiões do mundo", aponta o estudo.
Consumo per capita - O consumo per capita por homens brasileiros é de uma média de 13,6 litros de álcool puro por ano, segundo medição feita pela OMS com adultos entre 2008 e 2010. Apenas cinco países da região superam esse nível de consumo.
Entre as mulheres brasileiras, o consumo per capita é de 4,2 litros de álcool puro por ano.
O relatório da OMS cita outro estudo que identifica o álcool como a maior causa de mortes entre jovens brasileiros entre 15 e 19 anos. E, "ainda que o Brasil tenha repetidamente imposto leis para baixar o limite legal de teor alcóolico no sangue e aumentar as penas para quem bebe e dirige, esses esforços não têm tido efeitos duradouros na segurança viária", aponta o texto.
Além disso, a organização calcula que o consumo de álcool contribua com mais de 200 doenças ou lesões, como cirrose hepática e alguns tipos de câncer. Também torna as pessoas mais suscetíveis a doenças infecciosas, como HIV e tuberculose, e menos receptivas ao tratamento.