O principal suspeito de ter realizado o aborto na auxiliar administrativa Jandira Magdalena dos Santos Cruz, o falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira, se entregou na manhã desta quarta-feira (1°) à polícia. Ele foi até a 35ª DP (Campo Grande), que investiga o caso, mas não vai poder ficar preso, por causa da lei eleitoral que impede prisões - fora flagrantes e sentenças definidas - no prazo de cinco dias antes das eleições. Mesmo assim, Carlos está sendo ouvido pela Polícia Civil.
De acordo com o advogado de Carlos Augusto, André do Espírito Santo, ele vai voltar à delegacia dois dias após a eleição.
- Eu levei ele comigo para se apresentar. Estou terminando o depoimento dele. Ele assina o termo hoje, mas não pode ficar preso por causa da lei eleitoral. Vai se apresentar à mesma delegacia 48 horas após as eleições - disse o advogado.
De acordo com a lei nº 4.737 de 15 de Julho de 1965, “nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto”.
"Bandido"
A mãe de Jandira reagiu, indignada, com a situação. Maria Ângela dos Santos ainda chamou o falso médico de “bandido”.
- Que isso, gente. Mas ele é um bandido, não pode ficar solto. Ele matou a minha filha. Ele matou um ser humano e ainda tem lei que defende ele. Isso é a lei do nosso país. Por isso que existe tanta coisa ruim no mundo. Uma pessoa que tira a vida de uma mãe de família, de uma moça nova, bonita e ainda tem uma lei que defende. Gente, eu tô assim sem palavras para falar. Eu não entendo o nosso país. É um lugar que você não tem mais como viver. É uma lei injusta. Minha filha está morta graças a esse homem hoje e ele está solto. Não dá para entender - disse Maria Ângela.
Recompensa
O Disque-Denúncia (2253-1177) oferecia recompensa de R$ 1 mil sobre pistas que levassem ao paradeiro do falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira. A Justiça também pediu a prisão preventiva dele. Carlos Augusto já foi preso duas vezes por exercer ilegalmente a profissão de médico.
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