Dando seguimento as investigações da Operação ARARATH, a Polícia Federal cumpre, na manhã desta segunda-feira (16.12), sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Os mandados serão cumpridos um em Várzea Grande, cinco em Cuiabá e um em Tangará da Serra.
A Operação deflagrada em 12 de novembro apura crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Segundo a assessoria da PF, as investigações prosseguem sob segredo de justiça.
Segundo informações preliminares, em Várzea Grande o mandado está sendo cumprido em uma empresa de atacado, localizada na avenida Julio Campos. O proprietário do local supostamente atua com agiotagem, além de sempre fazer altas doações de campanha eleitoral, sendo a última – em 2010, foi um dos doadores da campanha do senador Pedro Taques (PDT). Fontes do VG Notícias afirmam que a empresa é o Atacado Mendonça, de propriedade de Fernando Mendonça - ele foi o financeiro da campanha de 2010, do senador Pedro Taques.
Outro lado - O departamento jurídico do Atacado Mendonça, entrou em contato com a redação do VG Notícias e negou que houve qualquer busca e apreensão no local, classificando a informação como inveridíca.
1ª e 2 ª fase - Na primeira fase da Operação, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, sendo o principal alvo o empresário Junior Mendonça, proprietário da rede de posto de combustível “Amazônia Petróleo”.
Já em 25 de novembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, onde sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF. Nesta fase o juiz federal Julier Sebastião da Silva foi um dos alvos. Documentos foram apreendidos na residência e no gabinete do juiz federal, situado no prédio da Justiça Federal.
Além do juiz, o ex-presidente do Detran/MT, Giancarlo Castrillon, também foi um dos alvos. O suposto envolvimento de Gian originou sua demissão do órgão.
Na decisão do desembargador federal Tolentino Amaral, que deferiu os sete mandados de busca e apreensão, o magistrado justifica as buscas na casa e no gabinete de Castrillon, por um suposto envolvimento do ex-gestor com o juiz Julier, e também tráfico de influência dentro do órgão estadual. Na casa de Castrillon foram apreendidos um notebook e algumas agendas velhas.
Operação Ararath - A Operação Ararath é para desarticular uma quadrilha especializada em cometer crimes contra o sistema financeiro nacional, por meio de operação clandestina de instituição financeira e lavagem de dinheiro. A investigação teve início em 2011.
Conforme a PF, o grupo utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos para pessoas físicas e jurídicas, tendo como base operacional a empresa Globo Fomento Mercantil, em Várzea Grande, que oficialmente encerrou as atividades em 2012.
As investigações chegaram ao empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Junior Mendonça, além de autoridades e agentes públicos. Isso porque, na primeira fase da Operação Ararath, foram apreendidos documentos sobre os empréstimos financeiros e até anotações sobre o destino do dinheiro, inclusive, com nomes.
Conforme a investigação, nos últimos seis anos, foi movimentado mais de R$ 500 milhões nas contas dos investigados. Até o momento a Polícia Federal já cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara de Justiça Federal, em Cuiabá, Várzea Grande e Nova Mutum.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).