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Opinião Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2013, 09:45 - A | A

Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2013, 09h:45 - A | A

Dilma rousseff talvez esteja certa. Essa será uma copa inesquecível

Ronaldo Gorducho apenas reforçou uma tese no resto do mundo.

por Tão Gomes Pinto/Brasil 247

O ministro Aldo Rebelo não tem sido exatamente feliz quando se mete a falar sobre o futebol brasileiro, aliás o único assunto que parece interessar a ele nos últimos tempos.

Comparar um eventual atraso nas obras dos estádios com a tradição das noivas em chegar em cima da hora ao próprio casamento foi uma declaração cômica não fosse ele ministro de Esportes de um país que está na iminência de realizar uma Copa do Mundo.

Talvez para minimizar os efeitos gargalhantes da fala do ministro, o ex-atleta, hoje funcionário da FIFA, o chamado Ronaldo "Gorducho" tenha se saído com uma igual ou pior.

Os estrangeiros não devem se preocupar com o andamento das obras. Os brasileiros, no fim, sempre acabam dando um jeitinho.

Ou seja, a imagem que Ronaldo Gorducho passou é a velha conhecida, e já sedimentada, história de que neste país abençoado por Deus tudo se resolve na improvisação.

Ronaldo Gorducho apenas reforçou uma tese no resto do mundo. No Brasil tudo é feito nas coxas.

Bem, esperávamos que no sorteio dos grupos, espetáculo visto por trilhões de pessoas ao redor da Terra, saísse da boca de alguma autoridade brasileira alguma palavra mais séria, algum tipo de comprometimento com o sucesso da competição.

Apenas a presidente Dilma Rousseff declarou que essa será uma Copa do Mundo inesquecível. Isso apesar do sorteio ter sido uma festa para ser esquecida.

Brochante, seria o único adjetivo adequado para aquela sonolenta sucessão de obviedades, que pareciam, como disse um crítico de televisão, apenas mais um anúncio da Embratur.

Mas eu acho que a presidente (a) está próxima da verdade ao falar numa Copa inesquecível.

Os últimos acontecimentos ligados de certa maneira ao futebol, e portanto ao Mundial, são bastante indicativos dessa, digamos, originalidade brasileira.

Primeiro, na sexta-feira, uma convocação pela internet, sem nenhuma motivação aparente, reuniu mais de 6 mil adolescentes (ou seria melhor chamá-los "manos"?) no terminal do Metrô em Itaquera, local da partida de abertura.

Já que estavam ali sem nenhum objetivo, uma parte dos "manos" resolveu fazer um arrastão, modalidade muito em moda nos verões ensolarados do Rio e adjacências.

A polícia desconversou, o shopping de Itaquera idem, mas nas mídias sociais, muita gente relatou o fato.

Aconteceu, sim, um arrastão na estação de Metrô onde se espera, no jogo inaugural, que estarão desembarcando centenas (ou até milhares) de gringos que acabaram de descer em Cumbica.

Uma outra convocação pela internet certamente poderá reunir, no terminal do Metrô, alguns "manos" interessados em "recepcionar" adequadamente esse pessoal.

E no domingo, ainda ligado ao futebol, na última rodada do Brasileirão, tivemos um espetáculo de UFC de dezenas ou talvez centenas de torcedores se digladiando em campo, numa impressionante demonstração de agressividade digna dos bons e velhos "hooligans" ingleses, banidos dos campos já há décadas.

Como resultado, um helicóptero teve de descer em pleno gramado para resgatar os feridos mais graves. Uma cena que, com certeza, chamará mais atenção dos milhões de telespectadores do que o show chumbrega do sorteio.

Sem esquecer que, na véspera, o sempre ágil ministro Aldo Rebelo se reunira com representantes de torcidas organizadas de todo o país e assinaram um manifesto pela paz no futebol elaborado pelo ministério.

Mais uma bola fora do ministro.

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