Três das quatro vítimas mortas na madrugada desta terça-feira (12) no acidente com carro alegórico da escola de samba Sangue Jovem, da torcida organizada do Santos, receberiam R$ 40 para empurrar os carros.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Santos, o último carro alegórico da escola de samba pegou fogo após bater na fiação da rede elétrica na área de dispersão do sambódromo.
A quarta vítima, a promotora de vendas Mirela Diniz Garcia, 19, assistia o desfile na calçada em frente de casa quando foi atingida pela descarga elétrica. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Outras seis pessoas foram atingidas pela descarga elétrica e foram levadas a hospitais da região.
Após a tragédia, os desfiles das escolas de samba de Santos foram suspensos. Segundo o Corpo de Bombeiros de Santos, o último carro alegórico da escola de samba pegou fogo após fazer uma manobra na área de dispersão e atingir a fiação da rede elétrica.
Três homens, contratados por R$ 40 para empurrar o carro, morreram na hora após serem atingidos pela descarga elétrica. Não havia nenhum destaque no carro no momento do acidente.
De acordo com a escola de samba, 22 crianças e dois destaques desceram da alegoria pouco antes do acidente.
O prefeito Paulo Alexandre Barbosa, em entrevista à TV Tribuna, disse não havia mais clima para nenhum tipo de festa na cidade e, por isso, os outros desfiles foram cancelados. Segundo Barbosa, o ambiente é de extrema tristeza e agora o foco é atender os feridos e as famílias das vítimas.
Por pouco: O desempregado Fábio Cesar Silva de Moraes, 28, que também recebeu R$ 40 para empurrar o carro alegórico, escapou do acidente por questão de minutos.
Moraes conta que tinha ido ver um carro de outra escola e quando retornou entrou em choque ao ver os dois irmãos e cinco colegas atingidos pela descarga elétrica dentro de ambulâncias. "Acho que foi Deus, eu nasci de novo", disse.
O diretor de relações públicas da escola Sangue Jovem, Alexandre Cruz da Cunha, disse que o carro não tinha problemas estruturais.
Segundo Cunha, a escola está auxiliando as famílias e aguarda a identificação do último corpo para localizar a família e prestar assistência.
"Com o acidente, toda a estrutura do Carnaval terá que ser repensada", disse.
Outro caso:Em 2011, 16 pessoas morreram durante as festas pré-carnaval de Bandeira do Sul (430 km de Belo Horizonte) após um trio elétrico ser atingido por uma corrente elétrica. A perícia apontou que o lançamento de serpentina metalizada na rede elétrica gerou um curto-circuito, provocando o rompimento de cabos de alta tensão numa rua lotada de foliões.
Além das mortes, o acidente deixou outras 50 pessoas feridas. Após a tragédia, várias cidades do Estado de Minas aprovaram decretos proibindo a venda da serpentina metalizada.