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Internacional Sábado, 23 de Junho de 2012, 15:51 - A | A

Sábado, 23 de Junho de 2012, 15h:51 - A | A

Brasil vai seguir posição da Unasul na questão do Paraguai, diz Patriota

Segundo o chanceler brasileiro, o impeachment foi um retrocesso, e o presidente Lugo não teve direito de defesa e que não foi seguido o devido processo.

por Tássia Thum/Do G1, no Rio

O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse neste sábado (23.06) que os países do Mercosul devem estudar possíveis medidas em relação ao novo governo do Paraguai na reunião do bloco marcada para Mendoza, na Argentina, na próxima sexta-feira (29.06).

Fernando Lugo foi afastado em um processo político rápido e substituído pelo vice, Federico Franco, que assumiu logo em seguida. Lugo, sob protesto, disse que iria obedecer ao veredicto.

Segundo o chanceler brasileiro, o impeachment foi um retrocesso, e o presidente Lugo não teve direito de defesa e que não foi seguido o devido processo.

Patriota afirmou que o Brasil não tem uma posição individual no caso, e vai seguir a posição da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Questionado sobre possível sanções, Patriota disse que a hipótese não está excluida.

“Existem inúmeras formas de se manifestar, desde o não-convite às autoridades que tomaram poder no Paraguai para participar das cúpulas, até o esfriamento dos contatos em diferentes níveis, mas eu não queria antecipar antes de haver uma coordenação mais estreita da Unasul sobre isso”, disse Patriota em entrevista à TV Globo e ao G1 no Rio.

Em reunião em Assunção com Frederico Franco, antes da votação do impeachment, da qual Patriota participou, os chanceleres membros da Unasul afirmaram que "a plena vigência da democracia é essencial para os processos de integração da América do Sul".

O chanceler brasileiro afirmou também que o governo brasileiro reconhece Estados, não governos, e que a Embaixada brasileira no Paraguai vai continuar funcionando normalmente.

Desde que o mandato de Lugo foi cassado, governos de Argentina, Venezuela, Equador, Chile, Bolívia, México e Peru, Colômbia, Guatemala e República Dominicana criticaram o processo de impeachment, alguns deles não reconhecendo o novo governo formado pelo vice-presidente que assumiu agora, Federico Franco.

Início da crise: O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos  no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".

Ele também foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo das Forças Armadas ou não ter atuado de forma decisiva no combate ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse.

O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.

Na sexta-feira (22.06), o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções.  Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.

A notícia do impeachment foi recebida sob protesto por manifestantes que ocupavam a praça em frente ao Congresso e que consideraram que houve, na verdade, um golpe contra o presidente. Houve confusão e tentativa de invadir o prédio, reprimida pela polícia. No entanto, a capital Assunção amanheceu calma neste sábado. Não houve protestos, e as ruas estavam pouco movimentadas.

Em discurso, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado. Ele pediu que seus partidários façam manifestações pacíficas e que "o sangue dos justos" não seja mais uma vez derramado no país. "Submeto-me à decisão do Congresso", disse em discurso no palácio presidencial. "Mas a história paraguaia, e sua democracia, foram feridas profundamente."

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