Gabriela Araújo*
O Projeto de Lei (PL) 1904/2024 vem gerando grande tumulto nas redes sociais, principalmente por propor que o aborto após a 22ª semana de gestação seja considerado homicídio, inclusive nos casos atualmente permitidos por lei, e por imputar penas mais severas para a vítima de estupro do que para o estuprador.
É extremamente desumano exigir que uma vítima de estupro crie uma criança com todos os traumas vivenciados por ela, e mais desumano ainda a pena da vítima por abortar ser superior à pena do abusador. É repugnante a forma como ignoram totalmente a saúde mental das vítimas, entre elas muitas crianças, e preferem se preocupar com a probabilidade do aborto ao invés do bem-estar mental daquelas que sofreram abuso. Chega, inclusive, a ser triste a maneira como estão tratando as vítimas, querendo que as mesmas gerem um bebê que foi concebido em um momento terrível.
Atualmente, se tem uma ideia muito falsa de que a criança, fruto de um abuso, vai fazer com que a mãe, vítima do estupro, esqueça todo o passado e a maneira como a criança foi concebida, quando, na verdade, em muitos casos, a vítima não está preparada para cuidar de uma criança. Muito se fala, também, sobre não abortar e apenas colocar a criança no orfanato, mas como garantir a saúde de uma criança colocando-a em um orfanato?
A realidade dos orfanatos é muito diferente e mais triste do que muitos têm na cabeça, e mesmo quando uma mulher decide colocar a criança indesejada para adoção, é fortemente criticada, deixando evidente que, de ambas as formas, não será aceita, e mostrando, novamente, que a liberdade de escolha da mulher está cada vez menor.
*Gabriela Araújo, é estudante do 3º Ano do ensino médio
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