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Variedades Sábado, 16 de Fevereiro de 2013, 07:30 - A | A

Sábado, 16 de Fevereiro de 2013, 07h:30 - A | A

Fotos & Fatos

Relembrando o passado: “Seis anos sem o artilheiro e ídolo José Silva de Oliveira – o Bife”

por Pulula da Silva/Especial VG Notícias

 

por Pulula da Silva – Especial VG Notícias

Neste sábado (16.02), completa 6 anos do falecimento do Bife, ídolo maior do futebol mato-grossense de todos os tempos, e o  “Relembrando o Passado’, por meio do VG Notícias, Pulula da Silva presta homenagem a José Silva de Oliveira, o Bife, paulista de Vera Cruz, criado na infância e adolescência em Aquidauana (MS), era querido por todas as torcidas, e prematuramente, aos 57 anos, faleceu no Hospital Jardim Cuiabá, em 16 de fevereiro de 2007, vítima de falência múltipla dos órgãos, ocasionado por uma cirrose hepática. Deixou seis filhos, sendo cinco do primeiro casamento, e uma menina, do segundo.

Diz a história, que em toda sua carreira ele marcou acima de 600 gols, e no Estádio Governador José Fragelli, o Verdão, foi o maior artilheiro, anotando 92 tentos - marca jamais superada até a demolição do Estádio para a construção da Arena Verdão, para receber jogos da Copa do Mundo de 2014.

Início da Carreira – Despontou para o futebol em 1968, atuando no LS, de Campo Grande (MS), onde atuava ao lado de craques como Ramon, Atanásio e Zé Carlos. Em 1969, com apenas 19 anos, era o principal jogador do time, inclusive, ao vestir pela primeira vez a camisa da Seleção de Campo Grande, deu trabalho a defesa do São Paulo, que tinha como dupla de área, os selecionáveis, Jurandir e Roberto Dias, que tempos depois juntamente com Sudaco, vieram jogar em Mato Grosso, com o primeiro atuando no Comercial da Cidade Morena, e Roberto Dias, no Dom Bosco.

O Apelido  – O apelido Bife, segundo os irmãos do artilheiro, e também, ex- jogadores de futebol, João Silva (Pio) e Jerônimo, o Peninha, surgiu quando ele tinha entre 12 a 13 anos, e trabalhava como entregador de marmitas para os militares e empresas em Aquidauana. Durante o trajeto, Bife abria as marmitas, comendo uma ponta de cada bife. Ao descobrirem a arte do menino, ao invés da bronca, surgiu o apelido que o consagrou e o acompanhou até o fim de sua vida.

Profissional – Em 1971, após o fracasso de 1969, inclusive, com o afastamento do Campeonato Cuiabano de 1970, o presidente Rubens dos Santos, por indicação do radialista Roberto França, que assumia a direção técnica do Operário, foi a Campo Grande, e segundo o falecido Vinícius dos Santos, filho adotivo do Velho Guerreiro, pagando 50 mil cruzeiros pelo passe de Bife, que assinou seu primeiro contrato profissional. “Era uma fortuna na época”, comentou Vinícius em entrevista no final dos anos 90. Para buscar a hegemonia do futebol cuiabano, Rubens dos Santos, além de Bife, a pedido do treinador França, contratou Gaguinho (Botafogo – RJ), Jorge Cruz – (Bonsucesso), Arinos (São Cristovão - RJ), e ainda os goleiros Fagundes (Araguari – MG) e Veludo (Madureira – RJ), pai do ex – craque Beto, grande astro do futebol nacional, que chegou a seleção brasileira. Valeu o esforço da comissão técnica e diretoria, pois o tricolor ficou como vice – campeão, após ser derrotado pelo Dom Bosco por 3 X 2 na decisão.

Consagração – Em 1972, Rubens dos Santos contrata o zagueiro Malaquias e o atacante Cecílio, ambos no futebol mineiro. De lá chega também Totinha Gomes, que assume como treinador do Operário, De uma só vez, o novo técnico indica e Rubens dos Santos contrata 14 jogadores no futebol das Alterosas. Entre eles, César “Diabo Loiro”, Joel Silva, Irani, Dirceu Batista e Carlos Pedras. No final do ano, chega Zé Pulula, Arlindo, Alceu Provatti e Lúcio Mineiro, hoje, o professor Lucio da Ica, Ministro da Eucaristía da Igreja Nossa Senhora do Carmo. Esse pessoal chegou para somar com quem já estava por aqui, onde se destacava Nélson Paô, Odenir, Joel Diamantino, Erasmo, Nide e outros. O Operário contando com Bife como referência e principal jogador do time, ganha o Campeonato Cuiabano e a Taça Cuiabá. Nesse ano tem início a consagração Brasileira do grande ídolo tricolor, sempre destacado pela Revista Placar, que a sem a televisão, era a maior vitrine para o jogador que atuava em Mato Grosso. Com seus gols, Bife era destaque na revista pelo menos uma vez por mês.

Negociado – Após as conquistas dos títulos mato-grossense e Taça Cuiabá de 1973, ficou impossível segurar Bife em Várzea Grande. Em 1974 o Atlético Mineiro vende o atacante Dario Maravilha, o “Dada Peito de Aço” para Flamengo, e adquire o passe de Bife junto ao Operário. O artilheiro, dizem, que foi a saudade, ficou apenas 10 dias em Belo Horizonte, arrumou as malas e retornou para Várzea Grande. Em 1975, o Comercial de Campo Grande, que já tinha contratado César”Diabo Loiro” do Operário, investe muito, e consegue emprestado, levar Bife para ser o centroavante do time no Campeonato Brasileiro. No início de 1976, Bife retorna novamente para Cuiabá, e desta feita, para defender o maior rival tricolor, o Mixto, que comprou seu passe em definitivo junto ao Operário. A torcida, é óbvio, ficou triste e chateada, mas, disseram que a proposta do alvinegro da Vargas foi muito superior a do tricolor. No Mixto, Bife se tornou o maior ídolo da torcida, ficou até 1980, com saídas meteóricas para o futebol paulista, em 78 e 79, defendendo o São Bento de Sorocaba e XV de Piracicaba, onde atuou em um amistoso contra o Internacional de Porto Alegre.

Europa – Em 1980, após uma grande polêmica envolvendo os dirigentes paulistas, Rípoli ( XV de Piracicaba) e Alfredo Metidieri (ver matéria completa na Revista Placar entre as fotos abaixo), seu passe foi negociado com o Futebol Clube do Porto, de Portugal. Metidieri disse que tinha parte na porcentagem da venda, já Rípoli, disse que tinha pagado 500 mil cruzeiros pelo jogador, e queria o seu dinheiro de volta. Já o Mixto estava tranquilo, pois, só pelo empréstimo de um ano, recebeu um milhão de cruzeiros na época, e receberia depois, caso o Porto se interessasse, mais quatro milhões de cruzeiros. Bife, que ganhava salários de 20 mil cruzeiros no Mixto, pegou um milhão de luvas, e ainda 100 mil cruzeiros por mês no clube europeu. Passaram–se seis meses, e Bife troca de clube em Portugal, deixando o Porto, e passando a atuar pelo Belenenses, clube que revelou o zagueiro Vicente, considerado o maior marcador do Rei Pelé nos anos 60. Com essa transação, dizem que o artilheiro Bife conseguiu mais uma grande soma para engordar sua conta bancária.

O retorno – Após 10 anos de jejum, o presidente do Operário, Branco de Barros, reassume o comando do time, montando um time só de feras. No comando técnico, Nivaldo Santana, que tinha como auxiliares Antonio Malaquias e Beraldo Correa, com Rubens dos Santos na diretoria. Craques como Mosca, Silveira, Panzariello, Zé Dias, Ivanildo, João Caruzo, Udelson, Adalberto, Manfrini, Mão de Onça, Laércio Abacate, Anderson Jacaré e outros faziam parte da constelação que iria a busca da retomada da hegemonia do futebol mato–grossense, em poder do Mixto desde 1979. Faltava um artilheiro, um matador, e a torcida tricolor morria de saudades do seu maior ídolo, o artilheiro Bife. Branco de Barros e diretores correram atrás de patrocínios, e conseguiram no final de 1982, dar Bife de presente de Natal ao fanático torcedor Tricolor. “Valeu o esforço para traze – lo de volta, disse o alfaiate Zé Pereira, fomos campeões em 1983, e ele fez um monte de gols”, avaliou.

Decadência – No ano de 84, perseguido por contusões, já não era o mesmo, mas tinha o respeito da torcida, e isso era muito importante. Chegou a atuar pela União de Rondonópolis alguns jogos, recebendo o carinho e a idolatria de sempre. Em 1975 retorna ao Operário na administração Edvaldo Ribeiro, e chegou a atuar em algumas partidas, mas sem repetir as arrancadas em velocidades que o consagrou um dia. Seu sobrinho, Nasser Untar, revelado nas categorias de base do Operário começava a despontar para o futebol, e passava a ser percebido pela torcida, sempre com a desconfiança de que seria tão bom quanto foi o tio. E Nasser não desapontou, ganhando títulos e sendo artilheiro no tricolor. Nos anos de 1986 e 87, com as pernas cansadas, mas, mantendo o talento que Deus lhe deu, em ser, dentro da área, considerado um dos grandes atacantes do futebol brasileiro, Bife, enfim, sentiu o peso da idade, e no Clube Atlético Mato-Grossense, após uma passagem não muito feliz, resolveu abandonar o futebol. Chegava ao fim à carreira brilhante daquele que foi considerado o maior ídolo do torcedor mato–grossense em todos os tempos.

Política – Após deixar o futebol profissional, José Silva de Oliveira, o Bife, atua em jogos festivos pelo Chicotão Exibição, e ainda defende várias equipes do futebol amador da Baixada Cuiabana. Foi homenageado com nome e busto em estádios, trabalhou como orientador técnico em escolinhas de futebol, e ainda em outras atividades não esportivas, e quem o conhecia, que tinha participado com ele nas conquistas e derrotas, sabia que ele sentia falta do calor da torcida. Mesmo assim foi levando a vida, procurando viver o dia - a - dia da maneira que Deus tinha reservado a ele. Foi brilhante e especial na conquista da 1ª Copa Gazeta de Futebol Masters, vencida pelo Operário em 1994. Tentou a política, e apesar dos gols, foi derrotado nas urnas quando buscou uma cadeira na Câmara de Vereadores de Várzea Grande no início de 2000.

Falecimento - Nos meados de 2006, adoentado, começou a frequentar as clínicas e hospitais da Baixada Cuiabana, isso devido a uma cirrose hepática que o atormentava. No dia 16 de fevereiro de 2007, aos 57 anos de idade, faleceu Bife, “A Fúria Alvinegra e Tricolor”, como dizia o também falecido narrador esportivo Márcio de Arruda, entristecendo a torcida mato–grossense, principalmente, de Operário e Mixto, onde conquistou a idolatria que levou para seu túmulo no Cemitério São Francisco de Assis, no centro de Várzea Grande. Através da internet, pode se ver as inúmeras homenagens por ocasião de sua morte, que lhe foram prestadas pelo Belenenses e Futebol Clube do Porto, de Portugal. (Pulula da Silva – Especial VG Notícias )

 

 

 

Artilheiro da Seleção de Campo Grande - MS - 1969

Bife chega ao Operário Várzea - grandense em 1971

Bife no Operário Campeão da Taça Cuiabá em 1972

O ídolo posando com fãs e o prefeito Júlio Campos em 1972

Operário nas conquistas da Taça Cuiabá e Estadual em 1973

Bife ergue Taça Cuiabá em 1973

Bife recebe das mão de Fragelli Troféu - Na foto Antero de Barros

Operário de Bife nos vestiários antes de uma partida

Bife é emprestado para o Comercial de Campo Grande em 1975

Bife é entrevistado por Eduardo Saraiva sob olhar de Romeu Cambalhota

Bife é padrinho de casamento de Zé Pulula em 1974

É comprado pelo Mixto em 1976 - Na foto o ídolo nacional Zico do Flamengo

Mixto foi brilhante do Campeonato Brasileiro de 1976

Mixto conquista o Bi - Campeão Estadual em 1980

Revista Placar e venda de Bife para o Porto de Portugal


Time do Porto de Portugal com Bife no comando do ataque

Bife é negociado com o Belenenses de Portugal

Bife retorna ao Operário em 1983 e é campeão estadual

Em 1985 Bife vestiu a camisa tricolor pelo último ano

Com o repórter Noel Paulino no União de Rondonópolis



Em final de carreira no Clube Atlético Mato-Grossense em 1986/87

Time da Piranhas no Carnaval de 1986 - Bife está entre Zé Pulula ( Com a bola) e Lucio Bala

Seleção de Profissionais em Férias final anos 90 - Chácara de Humberto Bosaipo

Seleção da Imprensa de MT contra Atores da Rede Globo - 1986

Operário Master Campeão Copa Gazeta - 1994

Encontro de Craques do Passado em 2005

Bife comandou escolinhas de futebol antes da doença

Parentes e amigos na despedida do ídolo em seu velório

Aquidauana prestou homenagem á Bife o filho mais ilustre da terra

 

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