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Polícia Quarta-feira, 19 de Março de 2014, 09:23 - A | A

Quarta-feira, 19 de Março de 2014, 09h:23 - A | A

Em depoimento

PMs disseram que mulher arrastada por viatura foi na mala porque não havia espaço no banco traseiro

Pelas normas da Polícia Militar, Claudia deveria ter sido levada no banco. Baleada no Morro da Congonha, em Madureira, na Zona Norte do Rio, ela chegou morta ao Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes.

Jornal Extra

Um dos três policiais presos após arrastar por pelo menos 350 metros, num carro da PM, a auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira, no último domingo, disse em depoimento na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) que a vítima foi colocada no porta-malas — de onde acabou caindo e ficando presa no pino do reboque — porque o banco traseiro da Blazer estava ocupado por armas e coletes à prova de balas.

Pelas normas da Polícia Militar, Claudia deveria ter sido levada no banco. Baleada no Morro da Congonha, em Madureira, na Zona Norte do Rio, ela chegou morta ao Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes.

Segundo o depoimento do subtenente Adir Serrano Machado, responsável por colocar o corpo de Claudia na mala, Claudia não foi colocada no banco traseiro “devido à quantidade de coletes e armamento” no local.

Serrano afirmou ainda que a porta da mala estava fechada e os foram os moradores, revoltados, que “batiam nas portas e batiam na maçaneta da porta onde se encontrava a vítima”. Já o sargento Alex Sandro da Silva Alves também afirmou que “pessoas tentavam abrir a porta traseira da viatura” na saída da favela.

Thaís da Silva, de 18 anos, uma das filhas de Claudia, afirma que conseguiu ver, com clareza, o braço de sua mãe sair pela mala aberta de uma viatura da PM. Já na Rua Buriti, segundo a menina, os policiais pararam a viatura, ajeitaram o corpo de Claudia e fecharam a mala. Minutos depois, o corpo foi arrastado pela Estrada Intendente Magalhães, como mostrou o vídeo revelado pelo EXTRA.

— A mala saiu daqui aberta. Eles jogaram minha mãe lá dentro e correram para dentro do carro — conta Thaís.

Apesar de só três policiais terem sido presos em flagrante pelo caso, ao todo havia oito PMs na favela. Os policiais que fizeram disparos, inclusive, não fazem parte do grupo que está em Bangu 8. O tenente Rodrigo Medeiros Boaventura, em depoimento, afirma que era o comandante da guarnição que entrou primeiro na favela, por avistar uma movimentação de bandidos entre a favela Faz Quem Quer e o Morro da Congonha.

Ele afirma que sua guarnição foi recebida “por disparos de fogo e iniciou uma reação contra a injusta agressão”. O grupo, segundo o oficial, era formado por 20 pessoas, todos com fuzis e pistolas. Boaventura não afirma onde era o local exato onde estava quando fez o disparos, só diz que “alguns metros a frente, se deparou com o corpo de uma senhora de cor negra travessado na via pública”.
Weverton da Silva, de 16 anos, afirma que, quando ouviu os tiros que mataram sua mãe, saiu de casa e viu um PM atrás de um poste, a 35m do local onde a mãe estava caída. Do local, é possível ver o ponto onde Claudia estava quando foi atingida.

— Não houve troca de tiros nenhuma. Não tinha ninguém armado. Eles se assustaram com a minha mãe na hora que ela virou a curva e atiraram — contou Weverton, que coletou os nove estojos deixados pelos policiais no local. Todos eles foram recolhidos pelas crianças no domingo, depois que a viatura da PM com o corpo da mãe deixou a favela.

— Ninguém veio aqui pegar os estojos. Eles foram deixados pelas armas dos policiais — conta Thaís.

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