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Opinião Segunda-feira, 11 de Junho de 2012, 09:31 - A | A

Segunda-feira, 11 de Junho de 2012, 09h:31 - A | A

“Relembrando o passado”: Benedito Sapateiro, uma marca na história da Cidade Industrial

Fotos & Fatos

Pulula da silva – VG Notícias


Em Relembrando o Passado desta semana, o VG Notícias por meio de Pulula da Silva, como agradecimento a uma personalidade que participou direta e indiretamente no progresso de Várzea Grande e Mato Grosso, abre espaço para mostrar um “Astro do Passado”, que através de fotos & fatos, ficará eternizado na memória do povo várzea–grandense. A personalidade é Benedito Roberto da Costa, o Benedito “Sapateiro”, um dos fundadores do Clube Esportivo Operário Várzea–Grandense, e também, o primeiro lateral direito na história do clube, onde atuou de 1949 a 1958. 

Se estivesse vivo, hoje estaria com 97 anos, e Pulula da Silva orgulha de tê-lo entrevistado em de 1985, em sua sapataria que ficava no Beco do Porrete, ao lado do bar e restaurante do falecido Tortus, e ao lado do Colégio Couto Magalhães. “Mesmo com 70 anos, contou com muita riqueza sua história, e tudo sobre o início do tricolor mais famoso de Mato Grosso”. Faleceu um ano depois da entrevista, no mês de agosto de 1986, deixando um rastro de saudade entre a família, amigos e torcedores do Clube Esportivo Operário Várzea-Grandense. 

Família – Natural do prosaico distrito de Passagem da Conceição, onde nasceu em 21 de novembro de 1915, Benedito “Sapateiro” era filho de João Roberto da Costa e Castorina Pinto da Costa. Era casado com Maria Estelina da Costa, que lhe deu três filhos, a saber: Jonilse (falecida), Jurema e o radialista Joel Costa. Cinco netos e três bisnetos dão continuidade na caminhada vitoriosa deste ex–craque do Operário, uma lenda que jamais será esquecida. Seus irmãos Caetano e Lindolfo Costa também foram grandes craques que marcaram a história do Operário, e futuramente, também serão memorizados pelo VG Notícias. O comunicador Augusto Roberto é sobrinho de Benedito Sapateiro, e filho do zagueiro Caetano, outro Astro do Passado que estará brevemente com sua história nessa coluna.

O início – Na época da entrevista com o repórter Pulula da Silva para o jornal Correio Várzea-grandense, no dia 10 de fevereiro de 1985, apesar dos 70 anos, demonstrou um espírito de um garoto de 15 anos, e indagado sobre seu estilo de jogar, respondeu que “era um lateral mais marcador, não dava espaço para o ponta jogar. Chegava junto, e bola para o mato, pois o jogo é sério, e é de campeonato”, sorriu na época, relembrando que não dava moleza para que atacante fizesse nome em cima dele. Recordou do início do Operário, quando ao lado dos irmãos Lindolfo e Caetano, Rubens dos Santos, Boalva, Zé Simeão, Jorge Mussa e outros, fundou o tricolor, isso em 1949.

Passeio – Com humildade lembrou-se de uma passagem não muito feliz pelo Operário. Era o início do ano de 1952, e Operário e Alto Paraguai fizeram uma melhor de três, disputando o troféu Estevão Figueiredo. “O primeiro jogo foi em Alto Paraguai, e o time deles tinha um ponta esquerda apelidado de Chumbinho que era o capeta puro”, relembrou Benedito Sapateiro, indo além, confirmou que “me deu um passeio de bola, e por mais que eu chegasse junto, em momento algum consegui parar o “negrinho” sapeca. O treinador era Basílio Tavares, que substituía o falecido Rubens de Morais, e o jogo terminou em 3 X 3, com gols de Gonçalo Gongon, Boalva e Lindolfo. No jogo de volta à Várzea Grande, no Estádio Gonçalo Botelho de Campos, no início do jogo já dei uma chegada nele, que foi armar jogadas no meio campo”, vangloriou-se, confirmando a conquista do troféu após uma vitória por 2 X 0, gols de Nono Sapateiro e Zé Simeão, que ressaltou. “O Benedito Sapateiro jogava duro, mas visava apenas a bola, e nunca foi desleal”, avaliou o ex – ponta direita.

Avião – Lembrou que foi nesse jogo em Alto Paraguai que aconteceu a sua e também do Operário a primeira viagem em Avião na história do clube. “Foi fretado um Avião da extinta Viação Nacional, e o Aeroporto era em Cuiabá, na Cidade Célula, (onde fica hoje o bairro nobre Santa Rosa), assim que embarcamos, quando os motores foram ligados (não tinha turbinas), o jovem atacante Gonçalo Gogon, assustado com o barulho, pulou fora do avião,e saiu correndo pela avenida, sendo alcançado em frente ao Quartel do 16º BC, (próximo onde está situado o Choppão). Viajou na marra, e foi dele um dos gols no empate em 3 X 3 com o Alto Paraguai.

Caminhão – Na época, durante a entrevista, Benedito Sapateiro recordou que o chefe da delegação foi Ataíde Ferreira da Silva, o Ataíde do Cartório, e enquanto a delegação tricolor viajava de avião, com 35 minutos de vôo, os torcedores viajavam por terra no Caminhão Ford “Bigode”, propriedade do Paulino Botelho de Campos, o Sinhôca, com a viagem durando 11h e 30 minutos. No retorno a Várzea Grande, não teve avião para ninguém, e todos tiveram que realizar um vôo rasteiro. “ Tudo era festa, com jogadores, dirigentes e torcedores se espremendo na carroceria do caminhão do Sinhôca”, sorriu o lateral Dito Sapateiro.

Emoção- Sobre a maior emoção que ficou gravada em sua história com a camisa tricolor, Benedito Sapateiro, relembrou a decisão do Campeonato Amador de Várzea Grande em 1954. A competição tinha como participantes o Operário, Soberano e Vila Nova de Bonsucesso, Souzalimense de Souza Lima, Campinas da Guarita, e o Industrial, do Bairro do Porto, de Cuiabá, que entrava como convidado pela Liga Várzea-grandense. “Na decisão, com dez jogadores em campo, vencemos o todo poderoso Industrial do Porto por 4 X 2, gols de Boalva, Nonô, Gonçalo Gongon e Chafia. O Industrial tinha no trio Tatu, Bastico e Tidinho Correa seus grandes astros, e assim que terminou o campeonato, foram contratados por Rubens dos Santos para vestir a camisa tricolor.

Final feliz – Após deixar o Operário em 1957, Benedito Sapateiro - para passar o tempo -, chegou a vestir a camisa do Bariri, e em 1958, definitivamente dependurou as chuteiras, assumindo por completo sua profissão de sapateiro em Várzea Grande. No final da entrevista, mostrando muita lucidez e conhecimento, confirmou assistir pela televisão e ouvir pelo rádio tudo que acontecia no mundo da bola, e indagado por Pulula da Silva qual seria o melhor Operário de todos os tempos, pensou e escalou: Mão de Onça (Carlos Pedras), João Caruzo, Uir Formiga, Rubens de Morais e Laércio Abacate; Claudio Barbosa, Lindolfo e Mosca (Ruiter); Cháfia ( Ide Nhara), Nono Sapateiro ( Bife – Fião) e Boalva (Odenir) – (Fonte: Correio Várzeagrandense – 10/02/1985 – Por Pulula da Silva).

Pulula da Silva começa a mostrar a História do Operário no início dos anos 80 com Benedito Sapateiro no time

Operário e Alto Paraguai posam juntos para a posteridade em 1952

No time tri - campeão Benedito Sapateiro está entre Boalva e Assis

Mais uma foto do primeiro lateral direito na história tricolor

Plantel e torcida tricolor em uma comemoração em 1949

A maioria das viagens eram realizadas em caminhões

O comunicador Augusto Roberto é sobrinho de Benedito Sapateiro e filho do zagueiro Caetano

O Vila Nova de Bonsucesso era o maior rival do Operário no tempo do amadorismo

Primeira FLâmula do Clube Esportivo Operário no final dos anos 40

Diretoria tricolor no Estádio Gonçalo Botelho de Campos, atual Super Mercado Big Lar

Mais uma foto de Benedito Sapateiro, a Raça Tricolor nos anos 50

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