Em seu primeiro pronunciamento, após derrota na Câmara Federal, nesse domingo (17.04), a presidente Dilma Rousseff (PT) disse se sentir injustiçada.
De acordo com Dilma, na sessão extraordinária da Câmara, para debater se o processo de impeachment contra ela seria acatado ou não, em nenhum momento os deputados discutiram o crime de responsabilidade fiscal, ao qual ela é acusada.
“Injustiçada porque considero que esse processo é um processo que não tem base de sustentação, e é por isso que me sinto injustiçada. A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando de uma forma absurda se acusa alguém por algo, primeiro que não é crime, e segundo acusa e ninguém se refere a qual é o problema. Eu assisti ao longo da noite de ontem a todas as intervenções, e não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade que é a única maneira de se julgar um presidente da República no Brasil, isso porque a Constituição assim o prevê. A Constituição prevê que o impeachment é possível, mas ao mesmo tempo, estipula que é necessário a existência do crime de responsabilidade para que uma pessoa possa ser afastada do cargo de presidente da República depois de receber os votos majoritários da população. Ora, eu recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada com a decisão e recepcionou a questão da apreciação da admissibilidade do meu impeachment” declarou.
A presidente voltou a falar que não cometeu as pedaladas fiscais e criticou a o fato de Eduardo Cunha conduzir a sessão extraordinária da Câmara. “Eu não os fiz ilegalmente, não cometi os atos baseados em ilegalidade. Tenho certeza que todos sabem que é assim. Além disso, é muito interessante que contra mim não há acusação de enriquecimento ilícito. Por isso, me sinto injustiçada, porque aqueles que praticaram atos ilícitos e têm contas no exterior presidem a sessão e conduzem sessões importantes como a do impeachment de um presidente da República” disse.
Ela declarou ainda, que nenhum governo poderá ser legitimo sem ser por obra do voto secreto, direto em eleição convocada previamente para esse fim, na qual todos os cidadãos participem.
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