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Artigos Sábado, 19 de Dezembro de 2015, 15:36 - A | A

Sábado, 19 de Dezembro de 2015, 15h:36 - A | A

Opinião

Personalidades de 2015

Em regra, acabam sendo homenageados sempre os mais famosos, poderosos ou bem-sucedidos

por Luiz Henrique*

Ao final do ano, é bastante comum e quase obrigatório que veículos da imprensa promovam escolhas e até eleições das ‘Personalidades do Ano’, buscando identificar aqueles que mais se destacaram nos respectivos campos de atuação: política, negócios, esportes, cultura, ciência etc.

Em regra, acabam sendo homenageados sempre os mais famosos, poderosos ou bem-sucedidos.

Ao refletir sobre quem escolheria para Personalidade do Ano de 2015, caso porventura alguém indagasse minha opinião, conclui que a indicação poderia recair em quem merece reconhecimento por atitudes positivas tomadas sem nenhum objetivo de acumular poder, dinheiro ou fama.

Nada contra, por exemplo, os bons políticos, que atuam corretamente na busca do bem público.

Nada contra os atletas de elite que se esmeram na superação de recordes e na conquista de títulos. Nada contra os empresários ou artistas de sucesso, cujo trabalho árduo os conduz a posições de fortuna e destaque social.

Mas é que todos esses já receberam a sua recompensa. Todos já são, merecidamente,alvo de admiração pela opinião pública, que acompanha seus desafios e vibra com suas vitórias e conquistas.

Pensei em homenagear as personalidades anônimas, que raramente são objeto de notícias, mas cuja contribuição é por demais relevante para que vivamos num mundo melhor.

Pensei em reverenciar os heróis desconhecidos, que sequer se reconhecem como tais, mas que no cotidiano exercem o voluntariado, a solidariedade e a caridade para com seus próximos.

Pego uma edição da Gazeta e nela leio que em 2015 foram adotadas 460 crianças em Mato Grosso.

Pronto! Encontrei as minhas Personalidades do Ano. São todos esses pais, mães, irmãos e avós que abriram seus lares, mas principalmente seus corações, para abrigar essas 460 crianças.

São também os magistrados e os servidores do Poder Judiciário e das casas de acolhimento, cujo labor permitiu a concretização dos sonhos dessas famílias, promovendo a comunhão entre o desejo dos que queriam a paternidade e a vontade daqueles que buscavam amparo e amor no seio familiar.

São também os voluntários dos grupos de apoio à adoção que promovem importante trabalho de orientação e esclarecimento, desmistificando preconceitos e alertando contra práticas ilegais.

São 460 novas famílias ou famílias renovadas com a presença de mais um bebê ou criança.

São famílias as mais diversas, desde casais que nunca tiveram filhos biológicos, a outros que os têm, mas resolveram estender seu amor ao adotado, que será filho ou filha por igual.

São famílias de pais ou mães solteiros ou divorciados ou, ainda, de casais homoafetivos que têm plena capacidade para amar, criar e educar seus filhos.

São famílias com pais e mães jovens ou mais idosos, com melhor ou pior condição financeira, mas com igual disposição para oferecer seu teto e seu sobrenome para um pequenino ser inocente e indefeso.

A bem da verdade, o número dessas famílias poderia ser maior. Ainda há muitas crianças vítimas de abandono ou de violências que precisam e esperam ser adotadas.

Há necessidade de aprimoramento na legislação para agilizar a destituição do poder familiar e permitir que essas crianças ingressem mais rapidamente no cadastro de disponíveis para adoção, minimizando sua permanência em abrigos, que por melhor administrados que sejam nunca substituem o calor da convivência familiar.

Ainda há algum preconceito cultural contra a adoção, com a disseminação de relatos de situações infelizes envolvendo filhos adotivos, como se as mesmas situações, por exemplo,dependência química, infelizmente, não ocorressem também em famílias sem filhos adotivos.

Como todas as demais famílias que conheço, essas 460 viverão seus momentos de alegria e de dor, de sossego e de tempestade.

Algumas se sairão melhor, outras não. Mas a todas elas desejo a felicidade possível e a todas homenageio como Personalidades do Ano de 2015.

Que seu exemplo se multiplique!

* Luiz Henrique Lima é conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT)

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