“O interrogatório em si é um ato de defesa do interrogado. Ele não é prova, apenas instrumento de defesa, de modo que todo réu tem direito inclusive, de mentir em um interrogatório”, alegou a defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), por meio do advogado Ulisses Rabaneda, após o ex-secretário estadual da Casa Civil, Pedro Nadaf, contar detalhes do esquema fraudulento de concessão de benefícios fiscais e cobranças de propinas. O reinterrogatório de Nadaf está sendo prestado na tarde desta segunda (15.08), à juíza Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda.
No depoimento, Nadaf confessa que fez parte de uma organização criminosa que roubou os cofres públicos do Estado e revela a participação de cada um dos integrantes no esquema, principalmente a de Silval Barbosa.
Rabaneda disse que irá avaliar as declarações de Nadaf e que não irá fazer nenhum juízo em relação ao depoimento do ex-secretário.
Ele acredita que as declarações tratam de uma estratégia, e não as vê como delação premiada. “Como advogado fico em uma dificuldade de conjecturar. Acredito que devemos aguardar para ver se existe uma delação premiada no decorrer do processo, se não existe, se vai ficar só no interrogatório. Não vou tecer nenhum juízo de valor em relação as declarações dele” declarou.
Indagado se após essas declarações de Nadaf, o ex-governador poderá pedir para ser novamente interrogado, o advogado disse que conversará com o seu cliente. “Primeiro vamos levar a situação nova para ele (Silval), e ele, no ato pessoal de autodefesa, irá dizer se tem interesse ou não de ser interrogado outra vez” finalizou.
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