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Cidades Domingo, 08 de Junho de 2014, 22:00 - A | A

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“Dossiê”

Carreira de Regenold vira “dossiê” e mostra a rápida ascensão do promotor na instituição

Documento apócrifo, produzido dentro do MP, afirma que promotor progrediu rápido na carreira e cita suas relações com a cúpula do órgão .

Redação com Diário de Cuiabá

O promotor de justiça Marcos Regenold, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de orientar o ex-secretário de Estado Eder Moraes (PMDB) sobre como “atrapalhar” as investigações referentes à operação Ararath, teve progressão rápida em sua carreira, desde que tomou posse no Ministério Público do Estado (MPE).

A trajetória é contada em um documento sem assinatura, produzido dentro do órgão fiscalizador, ao qual o Diário teve acesso. Segundo a espécie de “dossiê”, Regenold pode se considerar, “sem dúvida, um profissional de sucesso e muita sorte”, conforme trecho.

O documento diz que o promotor foi “premiado” desde o início de sua carreira. Isso porque, inicialmente, atuava em comarcas do interior, mas era escalado para atuar na Capital em diversas oportunidades.

“Promovido para a Comarca de Várzea Grande, Regenold foi designado para assessorar a Corregedoria do Ministério Público, ocupada à época pela dra. Eliana Maranhão, aproximando-se, assim, da cúpula da instituição”, é explicitado em outra parte.

Ainda de acordo com o texto, em seguida, o atual procurador-geral de justiça Paulo Prado assumiu pela primeira vez o cargo que ocupa e, durante seus dois primeiros “mandatos”, manteve Marcos Regenold como secretário-geral, função que seria responsável pela gestão administrativa do MP.

No Diário Oficial constam as portarias nº 453/2006 e 121/2009, que confirmam a informação. Em 2007, por meio do ato 168, Prado criou a Comissão de Planejamento Institucional, da qual Regenold passou a fazer parte.

Quando o procurador Marcelo Ferra de Carvalho tomou posse como procurador-geral de justiça, segundo o “dossiê”, o promotor foi designado para “auxiliar os trabalhos do gabinete do PGJ”.

Prado, por sua vez, passou a coordenar o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Já Regenold, além de assessorar Ferra, começou, também, a prestar serviços junto ao Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília, para onde viajava constantemente, de acordo com o documento.

“Com o retorno de Paulo Prado à chefia do Ministério Público, Regenold foi designado para atuar perante o Gaeco e lá, em princípio, lhe coube investigar crimes envolvendo o tráfico de drogas, porém, no episódio que envolveu Eder Moraes, Paulo Prado confiou a Regenold a missão de acompanhá-lo”, é citado em outro trecho.

Cartas de Crédito - O “dossiê” sobre Regenold ainda revela como a informação sobre a existência da lista com 47 nomes de membros do MP foi recebida no órgão. O material continha valores a serem pagos pelo governo do Estado aos citados e teve sua legalidade corroborada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Segundo o documento, “os membros da Instituição [MPE] não se conformam com o fato de que a empresa que foi contratada pelo então presidente da Associação do Ministério Público, José Antônio Borges Pereira [para adquirir as cartas de crédito], tenha sido, justamente, a JBF Consultoria Tributária Ltda., empresa envolvida no ‘Escândalo dos Precatórios’, suspeita de ligações com Éder Moraes e que, segundo denúncias, tinha facilidades para descontar as Cartas de Crédito e receber Precatórios durante o período em que esteve à frente da Sefaz [Secretaria de Estado de Fazenda]”.

Na época da contratação dessa empresa, o procurador-geral de justiça era Marcelo Ferra, que, segundo o documento ao qual o Diário teve acesso, “integra o mesmo ‘grupo político’ de José Antônio, Paulo Prado e Marcos Regenold no Ministério Público Estadual”.

O documento termina com a conclusão a qual teriam chegado os membros do MP diante da situação. “Vários promotores e procuradores de justiça passaram a entender que o fato da ‘lista’ ter sido encontrada na casa de Eder Moraes se justificaria pela possível aproximação de membros da cúpula do Ministério Publico Estadual com Eder Moraes reforçando, assim, a tese que vem sendo investigada perante o Supremo Tribunal Federal”, diz o trecho final.

A reportagem tentou entrar em contato com o promotor Marcos Regenold, que pediu afastamento de suas funções e responde a uma sindicância na Corregedoria do MPE, mas não obteve retorno.

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