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Cidades Terça-feira, 27 de Agosto de 2013, 09:38 - A | A

Terça-feira, 27 de Agosto de 2013, 09h:38 - A | A

Má-formação

Pai pede ajuda para cuidar de bebê que nasceu com órgãos expostos

Criança foi diagnosticada com gastrosquise apenas na hora do parto.

do G1 Mogi das Cruzes e Suzano

Um casal de Biritiba Mirim tem se desdobrado para cuidar da bebê recém-nascida, que está internada em São Paulo, e busca ajuda para o transporte diário até o hospital. A criança nasceu no dia 12 de agosto com uma má-formação chamada gastrosquise, em que o abdômen não se fecha por completo e os órgãos ficam fora do corpo.

Desde então, a pequena Ludymilla Vitória está hospitalizada e precisa de acompanhante por 24 horas, segundo a família. "A gente está com muita dificuldade porque é longe e a gente gasta R$ 20 por dia com o transporte. Minhas tias estão se revezando, mas é muito difícil. Eu não consigo ir porque preciso trabalhar”, afirma o pai da bebê, Wellington Aparecido Ferreira.

A condição foi descoberta apenas no momento do parto, apesar de a mãe ter feito pré-natal e exames de ultrassonografia em duas etapas da gestação. “Queremos saber onde aconteceu o erro. O pessoal do hospital onde a minha filha fez a cirurgia para consertar o problema disse que quando a criança nasce com isso todo mundo já fica sabendo antes e ela é operada logo em seguida. A minha filha teve que ser transferida para outro hospital e só foi fazer a cirurgia no dia seguinte.”

Segundo a mãe, a dona de casa Paloma Hikaru Kamimura, de 19 anos, a gestação foi tranquila. “Fiz o pré-natal no posto de saúde e não teve nenhum problema. O médico me pediu ultrassom quando a bebê estava com três meses e meio e depois com seis meses. Deu tudo normal. Na minha última consulta de pré-natal, uns 14 dias antes de ela nascer, eu pedi para o médico para fazer o ultrassom morfológico porque minhas amigas e outras mulheres da minha família tinham feito e falaram para mim que era importante. Ele disse que estava tudo bem e não precisava”, conta a jovem mãe.

Cirurgião pediátrico e professor do curso de Medicina em uma universidade de Mogi das Cruzes, Kleber Sayeg afirma que normalmente o ultrassom morfológico é pedido quando as imagens do ultrassom comum captam indícios de que algo está fora do normal. "O morfológico normalmente é um exame auxiliar que é pedido quando o médico detecta alguma alteração no ultrassom comum. O morfológico pode dizer se há outras más formações associadas", explica.

O médico explica que o ultrassom comum normalmente já consegue detectar a gastrosquise. "O ultrassom normal já detecta. O morfológico é mais específico. Esta má-formação é relativamente comum, acontece mais ou menos em um a cada 4 mil nascimentos e não tem uma causa específica", explica.

Sayeg analisou as imagens da última ultrassonografia feita por Paloma. "Pelas imagens eu não consigo ver uma gastrosquise. Pode ser que o corte da imagem não favoreça. Às vezes o ângulo em que a criança está não permite uma imagem clara", afirma.

A criança acabou nascendo um pouco antes da hora. Com oito meses e dez dias de gestação, Paloma sentiu as contrações e foi internada na Santa Casa de Mogi das Cruzes. “Estava programado que eu iria fazer parto normal, mas enquanto me preparavam os médicos viram que a neném tinha feito cocô dentro de mim. Aí fizeram a cesárea e foi a salvação, porque senão eu e a bebê podíamos correr risco”, afirma Paloma. A criança nasceu com 2,375 quilos.

A família acredita que houve erro e fez uma denúncia ao Conselho Regional de Medicina, além de ter registrado um boletim de ocorrência na Polícia Civil.

Transporte - A criança foi transferida no dia seguinte ao nascimento para um hospital do bairro de Itaquera, na capital. Lá, ela passou por cirurgia e seu quadro é estável. Porém, a família ainda enfrenta problemas. “Ela deve ficar lá por cerca de 50 dias e é preciso ficar alguém lá com ela 24 horas acompanhando", conta Wellington, que aos 21 anos trabalha como pintor de carros.

A família procurou a Prefeitura de Biritiba Mirim em busca de transporte para São Paulo. “Na Secretaria de Saúde eles reconheceram que é obrigação da Prefeitura fornecer o transporte quando não tem o serviço específico na cidade, mas disseram que não podiam fazer nada porque o carro deles que fazia isso foi roubado. Falaram para a gente procurar a Assistência Social mas até agora ninguém nos atendeu”, afirma Andréia Aparecida Ferreira, que é irmã de Wellington.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura por telefone e aguarda uma posição sobre o transporte e sobre os exames oferecidos durante o pré-natal.

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