Dias após Michel Temer (PMDB) assumir a Presidência da República, com o afastamento de Dilma Rousseff do cargo, não há unanimidade no Brasil sobre o futuro do país. É o que mostra uma pesquisa do IBOPE Inteligência realizada entre os dias 12 e 16 de maio.
A população está dividida em otimistas, pessimistas e os que não estão em nenhum dos dois lados.
De acordo com o estudo, 34% dos brasileiros estão pessimistas em relação ao futuro do país, enquanto 31% estão otimistas e 30% não estão nem otimistas e nem pessimistas, além de 5% que não sabem responder à questão.
Essa é uma situação parecida com a vivida em novembro de 1992, quando Itamar Franco assumiu o posto de presidente após a saída de Fernando Collor do cargo. Naquela época, o IBOPE fez a mesma pergunta aos brasileiros e o pessimismo era ainda maior: 40%. Otimistas somavam 27% e 25% não pendiam para nenhum dos lados.
No entanto, naquele período, a esperança do Brasil se tornar um país mais honesto era maior. Em 1992, 44% da população achava que o Brasil seria um país mais honesto depois do impeachment de Collor. Hoje, somente 26% pensam dessa maneira e a maioria (53%) acha que tudo continuará a mesma coisa, percentual que era de 42% há 24 anos. Há ainda 17% que dizem que o Brasil será um país menos honesto após esse processo, pensamento que era compartilhado por somente 9% da população em 1992.
Interesse próprio x interesse do país - O IBOPE Inteligência também perguntou aos brasileiros sobre a atuação dos parlamentares no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A maioria (63%) diz que deputados e senadores atuaram em benefício próprio e defenderam interesses dos partidos e de instituições privadas no processo de impeachment. Apenas 23% acreditam que os parlamentares agiram em benefício dos interesses do país e da população brasileira.
Há também quem acredite que eles atuaram dessas duas maneiras. Esses somam 8%. E os que não sabem ou preferem não responder totalizam 7%.
Sobre a pesquisa - A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 141 municípios, entre os dias 12 e 16 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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