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Artigos Domingo, 06 de Setembro de 2015, 19:45 - A | A

Domingo, 06 de Setembro de 2015, 19h:45 - A | A

Opinião

O agravamento da crise

Esta é a herança deixada pelo governo do PT que o antecedeu.

por Juacy da Silva*

Parece que nossas autoridades, governantes em todos os níveis e poderes, não conseguem encontrar  um rumo para que o Brasil possa sair de uma das  mais graves crises  em que se encontra atualmente. Não  bastassem as crises econômica, social, moral, financeira, orçamentária que estão destruindo a economia e as esperanças do povo brasileiro, aos poucos também está vindo  `a tona  uma crise institucional que pode lançar o país em um caos maior do que imaginamos, com sérios riscos para a estabilidade institucional e a democracia.

A inflação acumulada de janeiro a agosto já chegou a 7,35%  e ainda temos mais quatro meses pela frente, tudo leva a crer que a inflação em 2015 deva superar os 10%, sendo que nos últimos doze meses já chegou a  9,04%. Como normalmente a inflação penaliza  mais as camadas mais pobres  e a classe média baixa, além de aposentados, cujos ganhos estão abaixo  de dois salários mínimos, isto  deverá fomentar mais insatisfação não apenas nessas camadas, mas também e principalmente junto aos servidores publicos, cujos salários estão muito defasados em relação  `a inflação acumulada nos  últimos dez anos, próximo de 45%  e isto é sentido por todas as categoriais de trabalhadores, que recorrem `as greves não por aumento salarial mas sim pela recomposição das perdas inflacionárias, ocorridas nos governos Lula e Dilma.

Em um cenário como este não é dificil prever  que o Brasil irá enfrentar uma das  maiores fases  de greves e manifestações populares, cuja origem da insatisfação é a perda do poder aquisitivo, a queda da renda dos trabalhadores e aposentados  a que se somarão mais de 12 milhões de desempregados e o dobro de sub-empregados por este Brasil afora.São mais de 90 milhões de  pessoas insatisfeitas com o atual governo e nossas instituições que  estão aquém das necessidades e das aspirações do povo.

Neste  contexto  começam também a surgir rusgas entre autoridades como integrantes do STF, TSE, Procurador Geral da República,  Tribunal de Contas  da União, Senadores, Deputados Federais, Governadores  e a Presidência da República.

O que está acontecendo no Rio Grande do Sul pode ser uma amostra do que poderá vir a acontecer em diversos estados e municípios. Lá o atual governo eleito há  pouco mais de seis meses, herdou um estado   falido, com  um nível de endividamento acima do que  se consegue administrar. Esta é a herança deixada pelo   governo do PT que o antecedeu.

Sem recursos para pagar salários o atual  governo só encontrou duas alternativas, deixar de pagar parcelas da dívida com  a União e, ainda mesmo assim, ter que parcelar em duas ou até quatro vezes os salários dos servidores, gerando mais greves e o caos, agravado ainda mais pelo bloqueio que o Governo Federal fez em relação aos repasses para o Estado.  Se o atual governo, que não se alinha com o gestão Dilma ,  fosse do PT  com certeza o governo federal seria mais “compreensivo”, como tem sido com vários grandes  grupos econômicos que continuam mamando nas tetas dos bancos oficiais.

Outro dado ilustrativo da gravidade da atual crise é o fato de que o Governo Dilma, pela primeira vez na história recente, em mais de 50 anos, apresentou ao Congresso um orçamento deficitário  para o ano seguinte (LOA para 2016), em mais de 30  bilhões, mas que para muitos analistas este deficit pode ser muito maior, atingindo a casa dos 70 ou 80  bilhões de  reais. O mesmo foi feito pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, LOA para 2016  com mais de 15 bilhões de deficit.

Se ao longo de décadas o Governo Federal apresentava “superavit primário”  para poder pagar parte dos juros e encargos da dívida pública, que mesmo assim, durante os governos Lula e Dilma passou de  586 bilhões de dólares para algo em torno de 2,4 trilhões em dezembro vindouro, podemos imaginar o impacto que este caos orçamentário e financeiro terá sobre a dívida pública, que já consome quase  50% do OGU – Orçamento Geral da  União, apesar do aumento descomunal da  carga tributária brasileira, que já beira 40%, uma das maiores do mundo e serviços públicos semelhantes aos países mais pobres da África, Ásia e América Latina e Caribe.

Em um cenário como este não é dificil prognosticar que os protestos, movimentos de massa e a pressão para que a presidente Dilma  renuncie ou sofra  o impeachment vai ficar cada vez mais forte. As palavras de ordens das últimas manifestações populares, FORA  DILMA, FORA PT, FORA LULA,  FORA CORRUPTOS,  vão estar ecoando com mais vigor pelos próximos meses  e no ano que vem quando serão realizadas eleições municipais.

*Juacy da Silva - professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia,  Email  [email protected] 

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