A médica do Pronto-Socorro de Várzea Grande, Márcia Cristina Debowski, que constatou o óbito do bebê nesta segunda-feira (19.02) revelou ao oticias que o pai do menino disse que sabia da morte e que não procurou atendimento médico porque “estava muito cansado”.
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Márcia Cristina relatou ao oticias que por volta das 09 horas da manhã de hoje a avó materna do menino chegou na unidade informando que o “netinho recém-nascido” estava morto dentro do seu carro. Segundo ele, os pais em um primeiro momento não desceram do veículo e deixaram a “cargo” da avó informar o estado do menino.
“Ao examinar a criança não se notou qualquer mancha de possível agressão, e por isso solicitamos que os pais viessem falar conosco para relatar o que teria causado a morte do bebê. Eles disseram desconhecer o que teria acontecido, dizendo apenas que menino morreu por volta das 02 horas da madrugada. O pai disse que é mecânico e que trabalha muito, muito mais do que nós, e que ao perceber que a criança estava morta não viu necessidade de sair correndo e preferiu aguardar amanhecer o dia, porque segundo ele, estava muito cansado”, contou a médica, dizendo que ficou surpresa com a declaração do pai.
De acordo com ela, a mãe do menino estava “abatida”, mas não demonstrava “desespero” e nem “chorava”, apesar de ter perdido o filho a menos de 7 horas.
“A atitude dos pais nos chamou muito atenção. Não demonstraram nenhum sinal de desespero e esperaram mais de 7 horas com filho morto em casa para poder trazer a uma unidade médica, e de no mínimo estranhar. Por isso acionamos a polícia”, explicou Márcia Cristina.
Ela contou ainda que suspeitou do estado cadavérico da criança já que o “livor cadavérico (palidez)” estava muito significativo pelo pouco tempo de óbito do menino.
“Agora é esperar que os exames de necropsias possa identificar a causa da morte da criança, como também caberá a polícia investigar o caso”, encerrou a médica.
Atualizada às 14h40 - A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou ao oticias, que os pais do bebê, que não tiveram os nomes divulgados, prestaram depoimento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), e em seguida foram liberados já que até o momento não há indícios de crime.
O delegado da DHPP, Marcelo Fernandes Jardim, requereu exame de necropsia na criança para detectar as causas da morte, e encaminhou o inquérito policial para a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (DEDICA) continuar apurando o caso.