No Brasil, 62% da população aprova simultaneamente a reserva de vagas em universidades públicas para estudantes negros, de baixa renda e da rede pública de ensino, enquanto 16% são contra, segundo pesquisa do IBOPE Inteligência, realizada a pedido do jornal O Estado de S. Paulo.
Entretanto, no grupo de pessoas com renda familiar superior a cinco salários mínimos, o percentual dos que são a favor das três modalidades de cotas é menor do que a média geral da população (52%), enquanto a oposição é maior (20%).
O grupo de maior renda também demonstra ter mais resistência às cotas em função da raça do estudante. Na média geral, as cotas raciais recebem a aprovação de 64% dos brasileiros, mas nesse grupo a favorabilidade é de 56%. A diferença dos que são contra é ainda mais expressiva, na média geral, 32% e entre o grupo, 42%.
A resistência às cotas raciais também é maior que a média geral entre as pessoas com curso superior (49%) e entre os moradores da região Norte e Centro-Oeste (41%).
Em contrapartida, a aprovação ao sistema de reserva de vagas em função da raça é maior que a média entre as pessoas que ganham até um salário mínimo (71%) e entre os moradores da região Nordeste (74%).
Já as reservas de vagas exclusivamente para alunos de escolas públicas ou de baixa-renda recebem maior apoio entre a população em geral, com 77% dos brasileiros a favor e 19% contra, em ambos os casos.
Sobre a pesquisa: O IBOPE Inteligência ouviu 2002 pessoas, entre os dias 17 e 21 de janeiro, em 142 municípios de todas as regiões do País. Ao todo, foram feitas três perguntas aos entrevistados, cada uma relacionada a um tipo específico de cota (em função da raça, baixa renda e escola pública). A partir das respostas foi gerada a combinação dos que são favoráveis aos três tipos de cotas simultaneamente. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.