por Alex Solnik*
A primeira reação do PMDB às investidas da Polícia Federal contra alguns de seus mais ilustres representantes, sendo a joia da coroa o presidente da Câmara dos Deputados será a mesma adotada pelo próprio Eduardo Cunha quando foi citado na famosa “lista de Janot”: romper com o PT.
A convenção do partido que seria realizada em março está sendo, de acordo com comentários hoje cedo em Brasília antecipada para janeiro, época geralmente dedicada às férias dos parlamentares que em 2016 deverá micar porque ao menos um deles, enrolado com problemas bancários na Suíça vai optar por não viajar ao exterior, o que faz todos os anos.
Então para que férias? A intenção do PMDB é a mesma de Cunha. Tentar convencer a opinião pública de que a visita da Polícia Federal aos seus mais conhecidos quadros só foi deflagrada por vingança do governo pelo fato de Cunha ter aceito o pedido de impeachment e não porque o próprio e os demais suspeitos tenham alguma conta a acertar com a Justiça em razão de acusações cabeludas originadas na Operação Lava Jato.
“Se eles nos tratam assim é porque romperam conosco, então vamos romper também” – o raciocínio da cúpula do PMDB é mais ou menos esse.
É claro que entre a intenção e o sucesso o caminho é longo e incerto.
A Lava Jato não escolhe partido, isso já está mais do que provado.
O caminho que resta ao PMDB é colocar Temer no poder e esperar que o seu ministro da Justiça tenha sobre a PF o “controle” que o atual ministro não tem. Tarefa que se torna cada vez mais complicada porque à medida que o tempo passa a população fica mais desconfiada de Temer e do seu PMDB porque o grande desejo nacional é acabar com a corrupção. E esse não é o caminho.
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete
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