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Política Quarta-feira, 13 de Agosto de 2014, 08:14 - A | A

Quarta-feira, 13 de Agosto de 2014, 08h:14 - A | A

Eduardo Campos defende acabar com 'cargos vitalícios' na Justiça

Ele respondeu sobre empenho para eleger mãe no TCU e outros temas

G1.com

O candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, defendeu nesta terça-feira (12), em entrevista ao Jornal Nacional, acabar com cargos vitalícios na Justiça. Ele se disse favorável a processos de escolha "de caráter mais impessoal".

Campos fez a afirmação ao final de uma série de questões sobre o fato de ter apoiado a indicação de parentes para o Tribunal de Contas da União (TCU) e para o Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Pernambuco, estado que governou. Esses dois tribunais são órgãos que auxiliam o Poder Legislativo na fiscalização do Executivo.

O candidato disse que não vê problema no empenho que fez para ajudar a mãe dele, a ex-depudada Ana Arraes, a se tornar ministra do TCU – o tribunal julga contas do governo federal. Ele também foi questionado sobre a indicação de um primo dele e outro de sua mulher para trabalhar no TCE-PE.

"Eu acho que a gente precisa, na verdade, sobretudo agora, que vamos ter cinco vagas no Supremo Tribunal Federal, o Brasil precisa fazer uma espécie de comitê de busca. O que é feito nos institutos de pesquisa: juntar pessoas com notória especialidade e conhecimento para fazer ao lado do presidente a seleção de pessoas que vão para esses lugares vitalícios. Aliás, eu acho que o Brasil deve fazer uma reforma constitucional para acabar com cargos vitalícios que ainda existem na Justiça, é preciso ter os mandatos também no Poder Judiciário, coisas que existem em outras nações do mundo, de maneira a oxigenar os tribunais, garantir que esse processo de escolha seja um processo mais impessoal."

Os candidatos à Presidência da República que ocupam as quatro primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto concederão nesta semana entrevistas de 15 minutos cada um ao JN. Na segunda (12), o entrevistado foi Aécio Neves (PSDB); nesta quarta (13), será Dilma Rousseff (PT); e, na quinta (14), Pastor Everaldo (PSC). A ordem das entrevistas foi definida por sorteio, com a presença de representantes dos partidos. Foram escolhidos para as entrevista os candidatos com pontuação igual ou superior a 3% nas mais recentes pesquisas dos institutos Ibope e Datafolha.

Mãe no TCU

Sobre a atuação para ajudar a mãe a se tornar ministra do TCU, aprovada para o cargo em eleição na Câmara dos Deputados, Campos afirmou que, se o candidato apoiado pelo partido fosse outro, ele também atuaria para que fosse indicado.

À pergunta "O senhor não vê nada de errado no seu empenho pessoal nesta eleição?", ele respondeu: "Não".

"Na hora em que ela saiu candidata, com apoio do meu partido, se fosse outra pessoa, eu teria apoiado. Por que não apoiaria ela, que tinha todos os predicados? Tanto é que pôde registrar sua candidatura, pôde fazer a disputa. Eu nem votei, Bonner, porque eu não era deputado. Eu simplesmente torci – porque ela se candidatou – para que ela ganhasse. E ela tem feito um trabalho no Tribunal de Contas que tem o reconhecimento inclusive do corpo técnico do tribunal", declarou.

Promessas

O candidato foi questionado no início da entrevista sobre a compatibilidade entre as promessas que fez na área social (escola em tempo integral, passe livre para estudantes, aumentar investimento em segurança e saúde) com as promessas na área econômica – levar a inflação ao centro da meta (4,5%) no primeiro ano de governo e a 3% até o final do mandato.

"É possível sim. Nós estamos fazendo conta, tem no orçamento. Imagino que muitas vezes as pessoas dizem assim: 'houve reunião do Copom [Comitê de Política Monetária, do Banco Central] hoje e aumentou em 0,5% os juros'. E ninguém pergunta de onde vem esse dinheiro. Meio por cento na taxa Selic significa R$ 14 bi. O passe livre, que é um compromisso nosso com os estudantes, custa menos que isso [R$ 10 bilhões, segundo afirmou em outras ocasiões]. Então, estamos fazendo contas, para, com planejamento em quatro anos, trazer a inflação para o centro da meta, fazer o Brasil voltar a crescer", declarou.

Inflação

Campos foi questionado pelos jornalistas sobre como pretende fazer a inflação baixar sem fazer corte de gastos públicos. Respondeu que é necessário coordenar as políticas macroeconômicas e ter regras seguras.

"A inflação não pode ser combatida só com a taxa de juros, como vem sendo feito no país. É preciso ter coordenação entre a política macroeconômica monetária e a política fiscal. Mas é preciso também ter regras seguras, as regras que mudam todo dia no Brasil muitas vezes, que fazem com que o preço do dinheiro suba, o chamado custo Brasil", disse.

2015

À indagação sobre se 2015 vai ser um ano difícil, Eduardo Campos disse que, se eleito, 2015 vai "terminar melhor" que 2014 "porque vamos enfrentar os problemas".

"Vai ser um ano que nós vamos terminar de maneira melhor do que o ano de 2014 porque vamos enfrentar os problemas. A pior coisa na vida de uma pessoa, de uma família e de um governo é a gente ficar escondendo os problemas e não ter coragem, humildade, de dizer: 'olha, estamos com problema, vamos resolver o problema?', afirmou.

Marina

Em outra parte da entrevista, Campos foi questionado sobre a "coesão" da chapa com Marina Silva. Ele foi lembrado que seu partido, o PSB, aprovou quase por unanimidade o Código Florestal, classificado por Marina como retrocesso.

Campos respondeu que sua vice "não tem nada contra o agronegócio, contra indústria ou contra o desenvolvimento econômico" e que, quando o Congresso aprovou o Código Florestal, defendeu a posição dos únicos dois deputados do PSB que votaram contra a proposta.

"Nesse caso em particular, eu defendi as posições de Marina. Na nossa bancada, ela rachou, tinha muita gente de estados onde o agronegócio tinha mais expressão, que não votou com orientação partidária, mas eu defendi a posição que foi representada por Marina", disse.

Lula e Dilma

Campos também foi indagado sobre o apoio que deu aos governos Lula e Dilma. Ele negou que queira ser presidente por ambição, como dizem os críticos, e afirmou que deixou de apoiar o PT a partir das eleições municipais de 2012 e por ocasião da escolha de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado.

"O que aconteceu é que aquilo que foi prometido, que o Brasil ia corrigir os erros e aprofundar as mudanças não aconteceu", afirmou, pregando "um novo caminho" ao lado de Marina. "Se a gente quer chegar a um novo lugar, a gente não pode ir pelos mesmos caminhos", finalizou.

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