Cuidar mais da saúde provavelmente está entre as suas resoluções para este novo ano. Pois saiba que um teste rápido e simples pode ajudar. É o exame de fundo do olho, eficaz não só quando o assunto são os males da visão, pois doenças como lúpus, toxoplasmose, além dos riscos de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), estão na lista de problemas que podem ser diagnosticados através do exame.
Caroline Ferraz, professora e oftalmologista do Hospital do Coração HCor, de São Paulo, explica que o fundo do olho é o único local do corpo onde o médico consegue ver com perfeição e ‘ao vivo’ o estado de veias e artérias, sem precisar recorrer a incisões no paciente. “Durante a fundoscopia, observamos alguns sinais preocupantes e encaminhamos o paciente, se for o caso, a um clínico geral a tempo de impedir que a sua situação se agrave”.
A toxoplasmose (doença transmitida por um protozoário encontrado em fezes de gatos), por exemplo, causa manchas amareladas e esbranquiçadas nos olhos. Já o lúpus, doença autoimune grave, forma inflamações nas artérias e veias oculares.
Quando há hipertensão, diz a especialista, as veias oculares ficam mais finas e se cruzam em ângulos retos. Segundo Caroline, em diabéticos, elas sofrem modificações por causa do excesso de açúcar na corrente sanguínea. Tumores cerebrais, pressão alta intracraniana e o risco de sofrer um AVC também podem ser percebidos pelo teste. “Manchas brancas e um inchaço nos nervos óticos são um alerta”.
Diagnóstico precoce
O teste de fundo de olho é feito em até dez minutos, por meio de um pequeno aparelho, no consultório oftalmológico. Caroline lembra ainda que o exame é capaz de detectar os problemas, antes mesmo do surgimento dos sintomas das doenças. “Isso é importante, já que grande parte das pessoas com doenças cardiovasculares leva tempo para descobrir o problema e, muitas vezes, só começa a tomar os cuidados quando sua saúde já está bastante debilitada ou após uma crise”.
Por exemplo, o paciente pode não apresentar pressão alta durante a consulta de rotina com o cardiologista, mas, no trabalho, fica estressado e sofre picos de pressão. “Na fundoscopia, conseguimos perceber essa alteração”.
