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Nacional Segunda-feira, 14 de Julho de 2014, 17:34 - A | A

Segunda-feira, 14 de Julho de 2014, 17h:34 - A | A

Falta de respeito

Vídeo mostra agressão a jornalista durante protesto

Ato ocorreu perto do Maracanã na hora da final da Copa do Mundo

g1

Um vídeo publicado na internet mostra um cinegrafista canadense sendo agredido por policiais militares durante o protesto neste domingo (13.07) na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio, perto do Maracanã, onde ocorria a final da Copa do Mundo no Maracanã. Nas imagens, Jason O'Hara aparece caído no chão em uma das esquinas da praça, quando um PM se aproxima e chuta o rosto do canadense, que usava máscara e capacete para se proteger durante a manifestação.

Além de Jason, segundo o Sindicato dos Jornalistas, outros 14 profissionais da imprensa foram agredidos durante o ato. O protesto era pacífico até o momento em que os manifestantes tentaram sair da praça em direção ao estádio. A PM fez um cerco no local, impedindo a passagem das pessoas e atirou bombas de efeito moral para dispersar a multidão, dando início

No vídeo, o cinegrafista canadense afirma que, além de ser agredido, ele também teve a câmera roubada. “Agora, estou sem GoPro [marca de um modelo de câmera]. Fui roubado por um policial”, diz Jason O'Hara.

'Só vi o cassetete no meu rosto', diz fotógrafo
O fotógrafo do Portal Terra, Mauro Pimentel, 28 anos, também diz ter sido alvo de agressões por parte da PM quando fazia uma reportagem sobre a manifestação. Em entrevista ao G1, ele contou como foi a ação da polícia.

“Eles gritaram: 'Para trás, para trás', começaram a bater e jogaram o spray de pimenta. Só que eu estava de máscara e continuei fotografando. Foi quando um cara [PM] me deu um chute na perna esquerda. Outro policial me segurou e me empurrou para trás. Só vi o cassetete no meu rosto. O filtro quebrou e a máscara trincou, mas segurou bem a pancada. Se estivesse sem aquela máscara fechada e o capacete estaria, no mínimo, com o nariz quebrado”, afirmou Mauro, que conseguiu fotografar o rosto do policial que o teria agredido.

O fotógrafo afirmou ainda que estava identificado como jornalista. “Estava de crachá e com capacete preto escrito 'imprensa' e com a logo do Terra. Não tinha como fazer confusão”, garantiu o profissional, destacando que a atuação da PM foi diferente neste domingo. “Estou cobrindo as manifestações desde meados do ano passado. Já vi policiais praticando agressões e outros pedindo para agir de forma diferente. Ontem não. Todos estavam hostis desde o início”, contou.

Em nota, a Polícia Militar alegou que dados da Inteligência mostravam que um grupo tinha a intenção de se dirigir à entrada do Maracanã, colocando em risco a segurança de milhares de torcedores. A corporação ainda afirmou que todas as denúncias e imagens recebidas relativas a excessos cometidos por policiais militares serão encaminhadas à Corregedoria e apuradas.

Sindicato vai recorrer a ONGs de direitos humanos

Após o protesto, o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro publicou ato de repúdio à violência da polícia. “Além dos casos de agressões, houve também o cerceamento ao trabalho dos jornalistas e comunicadores em meio à repressão aos atos de protesto realizados na Tijuca. Os profissionais de imprensa foram impedidos de deixar a Praça Saens Peña durante duas horas, junto de cerca de 200 manifestantes. Esse grupo teve de enfrentar, sem possibilidade de refúgio, agressões físicas e o efeito das bombas de gás lacrimogêneo", diz o comunicado.

Com os novos casos de violência policial contra jornalistas e comunicadores registrados neste domingo, o Sindicato dos Jornalistas afirma que 92 profissionais e comunicadores foram vítimas de agressões e cerceamento desde maio do ano passado. O sindicato vai encaminhar uma nova versão atualizada desse relatório às autoridades da Justiça e da Segurança Pública nos níveis estadual e municipal, assim como às autoridades e ONGs de direitos humanos nacionais e internacionais.

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