O secretário de Educação de Mato Grosso Ságuas Moraes declarou, em entrevista ao G1, que chegou ao próprio limite nas negociações com os trabalhadores da rede estadual que estão em greve há quase 50 dias, e que vai deixar o cargo para assumir uma vaga na Câmara Federal até o dia 8 de outubro, independentemente da decisão dos grevistas em parar ou continuar o movimento.
“Eu creio que também estou no meu limite. Se, enquanto Estado, não temos condições de avançar absolutamente mais nada, eu também estou com a minha capacidade limitada de continuar negociando. Eu ainda tenho a responsabilidade de tentar concluir as negociações com o sindicato. Porém, o meu limite é na semana que vem”, declarou Ságuas, suplente do deputado federal Homero Pereira, que se aposentou nesta semana para tratar de um câncer.
O próprio Ságuas admite que esse não é o melhor momento para sair da pasta, mas diz que não vai adiar os planos dele por conta da greve. Ele afirma ter tentado “de tudo” colocar fim ao impasse com os profissionais. “Eu também não vou poder esperar todo o tempo para essa questão, para resolver. Eu tenho feito um esforço extraordinário para tentar solucionar isso”, afirmou.
Segundo ele, foram feitas diversas reuniões com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso (Sintep-MT), e com as secretarias de Educação e Administração do estado. “Isso fora as outras inúmeras reuniões só com a direção do sindicato, tentando encontrar a melhor saída”, ressaltou.
Ságuas disse que o nome do substituto ainda não está definido pelo partido, mas é provável que a secretaria fique sob a gestão da professora Rosa Neide, que atualmente ocupa o cargo de assessora especial da Seduc. Outro nome cotado foi o do deputado estadual Alexandre Cesar, mas a hipótese está quase descartada.
“O Alexandre praticamente declinou, por conta do mandato de deputado estadual. E a professora está aqui desde 2007, já tendo sido, inclusive, secretária-adjunta e titular da pasta. Está na assessoria especial e conhece com profundidade a Seduc”, disse.
O secretário disse ainda que a prioridade é colocar à frente da secretaria uma pessoa que já tenha conhecimento sobre o funcionamento da pasta. “O ano que vem é de encerramento de governo, então temos que trabalhar para esse fechamento. Não dá para colocar uma pessoa aqui sem conhecimento, porque até entender a dinâmica da secretaria demoram três ou quatro meses”, explicou.
Assumindo a cadeira na Câmara Federal, onde chegou a ficar por seis meses em 2011, Ságuas afirma que as prioridades dele serão a educação e a saúde, e que pretende fazer parte de comissões que tratem desses dois temas.
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