Pouco mais de um ano após a deflagração da Operação Monte Carlo, o contraventor Carlinhos Cachoeira mantém uma rotina de vida discreta, mas voltada a retomar duas velhas conexões políticas e empresariais. É o que mostra reportagem do Estadão.

Passando maior parte do tempo em sua casa num condomínio de luxo em Goiânia, Cachoeira faz reuniões na residência com amigos e empresários do setor de coleta de lixo – diz o texto. Um desses amigos que participa dos encontros é Cláudio Abreu, o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste. Ele é vizinho de Cachoeira.

O contraventor tem evitado as festas e rodinhas e sociais da Capital depois do episódio do resort de luxo. Cachoeira e sua esposa Andressa fora flagrados num hotel de luxo na Bahia com diárias caríssimas de R$ 3 mil. Agora tentam manter a discrição como mais um elemento para ajudar em sua defesa. O primeiro, e mais importante, é desqualificar as provas da Operação Monte Carlo, dizendo que elas são nulas.

Quando sai do condomínio de luxo o casal costuma frequentar bares e restaurantes chiques da Capital, mas sem muita badalação. “Há mais ou menos duas semanas, a defesa ordenou que o contraventor submergisse para não atrapalhar a montagem de um figurino mais discreto para quem ainda responde a ações na Justiça. A personalidade expansiva e articulada do contraventor sempre preocupou os advogados que o defendem”, afirma trecho da reportagem do Estadão.

Cachoeira ficou preso por 226 dias ao longo do cárcere se tornou evangélico. Hoje em dia realiza cultos em sua casa. A nova fase mais discreta e familiar é de sua iniciativa e também de equipe de defesa liderada pelo advogado Nabor Bulhões.

"É uma orientação pessoal dele e que casa com a nossa. Ele está muito discreto e focado na família e nos processos. Carlinhos está trabalhando na defesa. Isso tudo absorve bastante tempo", disse Bulhões ao Estadão.

Delação: O advogado disse ao jornal que não considera a hipótese de Cachoeira colaborar com a Justiça. Quando saiu da cadeia o contraventor disse que era o “garganta profunda do PT” e insinuou que teria revelações a fazer. Nada veio a público até agora.

Cachoeira está condenado e aguarda livre o trânsito em julgado da sentença. Para a procuradora Léa Oliveira, uma das autoras da denúncia contra o grupo Cachoeira, o resultado da operação é positivo. Mas, ela não descarta que a organização esteja atuando.

"Conseguimos desarticular temporariamente o grupo, mas não desmantelá-lo completamente”, disse.