2012 não foi brilhante para a economia brasileira. Longe disso. Com um crescimento inferior a 1% e uma inflação próxima a 6%, o ano que fica para trás coloca o Brasil na rabeira entre os países emergentes. No entanto, a despeito do "pibinho" e da inflação acima do centro da meta de 4,5%, a sensação térmica não é exatamente a de uma crise econômica. Como falar em recessão num país que vive, nos dias atuais, o menor desemprego em dez anos?
O fato é que o país tem gordura para queimar e a sensação predominante, em todas as classes sociais, ainda é de bem-estar. A despeito disso, o ataque centrado na economia parece ser a nova aposta da oposição para desalojar o PT do poder em 2014. Se 2012 foi o ano do mensalão, do caso Rosemary e de vários outros escândalos, 2013 terá como marca principal a crítica à política econômica.
Aqui e ali, já se ouvem ataques às manobras para garantir a meta de superávit, ao uso de bancos públicos para eleger vencedores num "capitalismo de compadres", à fragilidade do sistema elétrico e ao abandono do tripé formado por câmbio livre, metas de inflação e solidez fiscal. É possível até que os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior sejam convocados a prestar esclarecimentos no Congresso.
A oposição virou o disco, mas isso não significa que a população esteja disposta a dançar conforme a sua música. Especialmente porque os anos de baixo crescimento da era FHC, associados a um apagão e a diversas crises externas, com o Brasil recorrendo ao FMI, ainda estão na memória. Se o lado A ainda não foi suficiente para dar vida à oposição, o lado B parece menos excitante – especialmente agora, que a economia deve voltar a crescer.