Demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do comando da Caixa Econômica Federal, a economista Rita Serrano publicou um artigo falando sobre sua saída e criticou os desafios de “ser mulher em espaços de poder”.
Na publicação, Serrano disse que nestes nove meses que esteve à frente da Caixa foi possível dar “um salto de qualidade em diversos âmbitos da presença do banco na vida de todos”, e que esse resultado colocou em um dos melhores momentos da história da instituição, “fruto de um esforço de trabalho coletivo”.
Conforme ela, “ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador”, e que não foi fácil ver seu nome exposto durante meses “à fio na imprensa”.
“Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho”, diz trecho do artigo.
Lembrando que na última quarta-feira (25.10), Lula demitiu Rita Serrano e nomeou Carlos Antônio Vieira Fernandes para a chefia do banco estatal.
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Rita Serrano - 26.out.2023
"Nesta despedida, venho a público agradecer aos empregados, clientes, parceiros, entidades e ao controlador da CAIXA, que contribuíram para que meus 10 meses de gestão à frente do banco resgatassem a autoestima institucional de "ser Ciaxa”, condição fundamental para viabilizar a nossa missão singular de banco social, que é capaz de atender à população brasileira, especialmente os mais necessitados, e ao mesmo tempo, garantir rentabilidade ao negócio.
"Demos um salto de qualidade em diversos âmbitos da presença da CAIXA na vida de todos e esse resultado positivo, que nos colocou em um dos melhores momentos da história do banco, é fruto de um esforço de trabalho coletivo. São 87 mil empregados diretos e outros milhares indiretos atuando todos os dias para garantir um atendimento digno aos clientes e à população brasileira.
"Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho.
"Por fim, o momento é de agradecer a toda a minha equipe, dirigentes, assessores, colegas de trabalho de todo o país, minha família, entidades e, em especial, ao presidente Lula, pela confiança depositada. Presidente, para mim, foi uma honra ter participado do seu governo.
"Nos próximos dias, faremos a transição com o futuro presidente do banco, ao qual desde já registro meus desejos de boa sorte.
"Quanto a mim, volto a ser bancária, com muito orgulho.
"Seguimos juntos por um novo Brasil, uma nova Caixa.