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Cidades Quinta-feira, 12 de Julho de 2018, 08:46 - A | A

Quinta-feira, 12 de Julho de 2018, 08h:46 - A | A

entrevista

Fui agredido fisicamente e verbalmente, conta advogado

Lucione Nazareth/ VG Notícias

VG Notícias

Luciano Carvalho e Michelle Marie

 

O advogado, Luciano Carvalho do Nascimento, afirmou nessa quarta-feira (11.07) em entrevista ao oticias No Ar, que temeu por sua vida no momento em que foi agredido por policiais do Gerência de Operações Especiais (GOE), e que teve todos seus direitos privados enquanto esteve detido. “Não me deixaram nem ir ao banheiro fazer xixi”, contou o advogado.

Luciano Carvalho teria sido agredido e detido supostamente de forma arbitrária por policiais do GOE e conduzido até o Cisc Verdão quando atendia um cliente na última sexta-feira (06.07) em Cuiabá.

Ele relatou que foi chamado para defender Diego Nunes - que também é advogado -, após o mesmo atropelar um pedestre na Capital e fugir do local. Luciano conta que ao chegar na residência do cliente notou que os policiais e o próprio Diego estavam com os ânimos alterados. “De forma educada, no primeiro momento, tentei acalmar os dois lados, tanto meu cliente, quanto os policiais, para que eu pudesse tomar conhecimento do que tinha ocorrido de fato”, contou.

Segundo ele, minutos depois ocorreu um “atrito” entre os advogados e os policiais no momento em que ele (Luciano) entrou na residência de Diego para conversar. “O Diego cria um animal, e o cachorro dentro imóvel se soltou, mas não para pegar os policiais e sim porque viu um outro cachorro. Logo ele foi contido e eu coloquei o animal para dentro”, relatou.

Luciano disse que no momento em que voltou para falar com os policiais já tinha outros policiais (os do GOE) no local, estes já encapuzados, que entraram no local sendo que um o empurrou e outro lhe deu uma “gravata”. “Quando ele me segurou alguém lá fora disse não é este. Aí em seguida o policial me soltou e disse: deu sorte hein negão, começando a arbitrariedade. Ele não tinha o porquê falar isso. Não tinha necessidade nenhuma”, declarou Carvalho.

O advogado contou que ao notar a arbitrariedade dos policiais, o mesmo pegou o seu celular e começou a gravar toda a ação policial da prisão de Diego, e que no momento que questionou os policiais do porque não teriam solicitado o guincho para levar o carro, um dos oficiais disse a ele que o mesmo estaria obstruindo o trabalho da polícia.

“A partir daí ele tentou tirar meu celular, conseguindo posteriormente, e em seguida começaram me agredir. Depois desmaiei e me colocaram na viatura”, narrou Luciano.

Além disso, Carvalho revelou que a todo o momento, na delegacia e no Hospital para onde foi levado para receber atendimento devido aos machucados das agressões, os policiais permaneceram encapuzados e o intimidando. “O doutorzinho, toda a hora falavam para mim. Eu fui agredido fisicamente e verbalmente. Eu fiquei com medo de minha vida porque ali você não vê mais policiais, e sim pessoas com ânimo de cometerem crime”.

No Hospital, Luciano disse que foi privado de todos os direitos, não podendo nem fazer xixi no banheiro. “Não tive direito de fazer xixi sozinho no banheiro”, disse.

A presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas de Mato Grosso (Abracrim), Michelle Marie, classificou o episódio como surreal e que achou que estava na época na ditadura militar. “Eu achei que estava na época da ditadura militar, pessoas me encarando e não se identificando”, disse.

A advogada afirmou que os policiais ficaram todo o tempo debochando dos advogados que acompanharam o caso e que permaneceram encapuzados, e proferindo ameaças. “Durante toda a ocorrência eles ficaram encapuzados e não se identificaram, parecia uma megaoperação, parecendo que a qualquer momento iria cair uma bomba no local. Além disso, eles passavam e falavam: é melhor vocês calarem a boca se não vai ficar pior para vocês”, declarou.

Michelle ainda fez um desabafo: “Eu fui ameaçada. Se por acaso acontecer alguma coisa contra mim ou com minha família, as pessoas já sabem quem foi. Além disso, os policiais falaram para o doutor Luciano: vamos mostrar para aquela branquela o que é ser homem”.

Sobre possíveis medidas, a presidente do Abracrim disse que a entidade e a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB/MT) já estão laborando representações contra os policiais que atenderam a ocorrência e que a Corregedoria da Polícia Civil já abriu um inquérito para apurar as condutas dos policiais. “A Abracrim irá acompanhar este inquérito”, afirmou Michelle ao encerrar a entrevista.

Acompanhe a entrevista na íntegra:

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