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Artigos Terça-feira, 01 de Dezembro de 2015, 16:19 - A | A

Terça-feira, 01 de Dezembro de 2015, 16h:19 - A | A

Opinião

O clima de Paris

Paris é muito mais que a capital francesa.

por Luiz Henrique Lima*

Paris é muito mais que a capital francesa. Assim como Roma, Rio de Janeiro, Jerusalém e, no máximo, mais uma ou duas cidades no planeta, Paris é especial, pertence à humanidade e é amada por quase todos, inclusive por quem nunca lá esteve fisicamente, mas a conhece por meio dos livros, filmes e história. Paris foi o berço do Iluminismo e do impressionismo, a cidade onde Voltaire, Victor Hugo e Allan Kardec produziram suas obras-primas. Paris foi o palco da Revolução Francesa, que nos legou a imortal Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e a bandeira tricolor da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Em 2015, a humanidade tinha marcado em Paris um encontro com o seu futuro. Para o início de dezembro está agendada a reunião de cúpula sobre mudanças climáticas - COP-21, na qual se deposita a esperança de um compromisso efetivo e sensato, fundado em evidências científicas, de redução substantiva das emissões de gazes do efeito-estufa, bem como da adoção de medidas mitigatórias solidárias para os povos que já estão sendo brutalmente afetados por eventos climáticos extremos.

Em vez do futuro, em novembro Paris defrontou-se com o que há de pior no passado e, ainda, no presente de nossa espécie: a brutalidade irracional, selvagem e assassina. Recuso-me a usar a expressão 'animalesca', porque nem a mais sanguinária das feras ataca os seus semelhantes por preconceito ou prazer.

Todo ataque terrorista é uma derrota da espécie humana. Ao tempo em que somos solidários com as vítimas da violência, ficamos entristecidos e frustrados por ainda existirem humanos capazes de planejar, executar e aplaudir tamanha barbárie. O fato dos atentados do dia 13 passado terem sido praticados em Paris multiplicou a comoção em todo o mundo, trazendo a tragédia para mais perto de cada um.

A questão que se coloca é como reagir ao terrorismo. Com firmeza e determinação, certamente, e com inteligência. Todavia, sem lutar com as armas e no campo escolhidos pelos criminosos. Sem bombardear hospitais de organizações humanitárias como os Estados Unidos fizeram no mês passado em Kunduz no Afeganistão.

Será que os ataques terroristas são capazes de matar o que temos de melhor em nossa civilização - o respeito aos direitos humanos, a tolerância entre as crenças, a democracia - e fazer renascer o monstro do racismo, da xenofobia e do ódio religioso? Neste caso, os fanáticos poderão ser derrotados e até aniquilados militarmente, mas terão vencido a guerra ideológica. Terão destruído o seu alvo, que não é o governante Fulano ou Beltrano, mas os valores republicanos e democráticos da liberdade, igualdade e fraternidade que inspiraram a Revolução Francesa.Para derrotá-los, devemos reafirmar tais valores e não deles abdicar.

Penso que uma excelente resposta ao terrorismo seria o sucesso da Cúpula do Clima. No mesmo cenário da violência estúpida, assistiríamos ao triunfo da razão, do diálogo entre as nações, da solidariedade com as gerações futuras de humanos e do respeito aos ecossistemas planetários. Reconheço que há muitos obstáculos, de ordem política e principalmente econômica. Não ignoro a mediocridade e a cupidez de muitos dos líderes que lá estarão representando seus países, sabendo que muitos ambicionam passar à história como guerreiros conquistadores e não como estadistas pacificadores.

Ainda assim, tenho fé que na Cidade-Luz prevaleça a chama da esperança. Creio na mensagem que apregoa paz na Terra aos homens de boa vontade, que são a maioria. A paz na Terra pode e deve começar pela paz com a Terra e o seu ambiente natural. O acordo sobre o clima pode ser o preâmbulo de um duradouro tratado de convivência pacífica em nosso e com o nosso planeta. Com as cinzas da tragédia seremos capazes de escrever um dos mais belos capítulos de nossa história evolutiva e edificar as bases de um mundo em regeneração.

*Luiz Henrique Lima - Auditor Substituto de Conselheiro do TCE-MT

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