por José Marques Braga*
A MÁXIMA de que só se vende notícias se esta for ruim, é verdadeira, e como ação, o processo de fazer sucesso de vendas das más noticiais, nos MCS, aprofundou e essas vem gerando uma variável que pode impactar a economia, negativamente, ao ponto de ninguém mais se impactar com notícias de conteúdos carregados e envolvedor do leitor. Parece conversa de achismo, mas vejam como isso vem se desenvolvendo.
Os conteúdos de TV, mídia tradicional, telenovelas, telejornais e da maioria dos filmes que assistimos giram em torno de morte, dor, medo, perda, traição, tristeza, mentira, vingança, ódio, violência, cobiça, inveja, inversão de valores e assim sucessivamente. Notícias inversas a esses temas, raramente vemos, ouvimos ou lemos. Dinheiro, amor, felicidade e paz, não nos chamam a atenção. Os nossos jornais vêm com uma precisão cognitiva no que deseja falar e essas vem carregadas de fortes e impactantes conteúdos emocionais que nos atingem profundamente nos dois lados dos hemisférios cerebrais, cognitivo e emocional, e pelas repetições incessantes dessas notícias, passamos a acreditar que todo lixo de informações compõe uma vida normal. Ficamos todos anestesiados e passamos a ver como normal as más notícias. O resultado é o desânimo, a substituição da essencial pelas aparências e a falta de projetos concretos para a sociedade.
Estes dias ouvindo uma pessoa de alto nível, falando sobre projeto político para 2022, essa afirmou, categoricamente, que deseja a vitória de seu candidato para ver os adversários sofrendo. Perguntei qual o projeto de seu candidato-mor e ele disse que é derrotar os adversários que pensam diferentes. Parece não ser nada, mas isso em termos coletivos, é muito preocupante. As mentes humanas estão se ocupando de concorrências destrutivas e não há espaço para os projetos que solucionam seus problemas e nem de nossos vizinhos que pensam de forma, originais, portanto, diferentes. Não sabe ele que somos seres agregados e que a invalidação de parte da sociedade, todos são atingidos.
Onde entra a Economia? A produção de bens e serviços são elaboradas pelos fatores de produção, ou em outra denominação, por insumos, que são, o capital, composto de fábricas, industrias, empresas organizadas; pela Matéria-prima produzida pela natureza e sua transformação passa pela mão de obra. O ser humano é o fator dinâmico das transformações de matérias-primas e em bens produzidos para o consumo. Se há defeito numa madeira, os móveis serão de má qualidade e quando o fator humano estar doente, como será essa produção? É a parte dinâmica da produção.
Os recursos Humanos são medidos pela Chamada “Competências e meritocracia” e as competências são compostas por três fatores que funcionam somente no conjunto — Conhecimento, atitudes e habilidades. Simples? Nem tanto! Conhecimento é o mais importante, no entanto, se o ser humano, coletivamente, não estiver com suas faculdades mentais equilibradas, as atitudes e as habilidades serão desqualificadas. Sem essas duas ações humanas, o conhecimento se torna nulo.
Atitudes e habilidades dão a dinâmica ao conhecimento e, no conjunto, a produção em maior e melhor qualidade. E quando as emoções e o cognitivo aceitam o anormal como normal? Os resultados podem ser catastróficos. Isto quando chega no poder, os efeitos podem ser imensuravelmente ruins. Pode chegar no além do fundo do poço. Afinal, o que pode ser tão ruim que não possa ficar pior? Se tudo passa a ser normal na coletividade, podemos ter uma sociedade de psicopatas. Inclua-se isso no processo de produção coletiva e calcule o que ocorrerá na sociedade e na economia.
Os processos racionais do hedonismo humano, os quais dão prazer a nossa existência nos afazeres e consumo, podem ser substituídos pelo oposto, gerando comportamentos com tendências assim qualificadas. Comportamento e demanda andam de mão dadas e isso poderá afetar a Economia. Já temos sinais destes comportamentos. Há pessoas que acham normal o sofrimento social do desemprego, baixa renda, falta de expectativas real da economia brasileira a curto prazo e se regozijam com o prazer alheio. Tem salários reduzidos, não são exportadores de nenhum produto para o exterior, não possuem ações da Petrobras e compram gasolina a preço de Dólar, e se declaram estar todos bem, psicossocialmente. O simples prazer de ver seu candidato ganhar a eleição para ver os adversários sofrendo, validando suas falsas alegrias, demonstram essa insensibilidade cognitiva e emocional. Não é a melhoria da nação o mais importante, mas a alegria de ver o outro perder. São as más notícias como produto normal?
Será um sintoma da alteração do processo de más noticiais como normais e alterando nosso cognitivo e emocional? Não podemos afirmar, trata-se apenas de uma opinião que poderá não se confirmar diante de uma pesquisa, no entanto, há Elementos muito fortes para essas tendências comportamentais do psicossocial coletivo. São mudanças no tempo? Apenas questionando para uma reflexão com base na essência e assim afirmar se é cientifico. Afinal, se aparência e ciência fossem iguais, não precisaríamos estudar ciência.
*José Marques Braga é economista
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