Em depoimento prestado na tarde desta quinta-feira (23.06), em audiência de instrução, realizada na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, intermediada pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, o ex-deputado estadual José Riva (PSD), citou os deputados Guilherme Maluf (PSDB), Mauro Savi (PR), Gilmar Fabris e a ex-deputada Luciane Bezerra como possíveis beneficiados com esquema na Assembleia Legislativa do Estado, que teria desviado R$ 9,6 milhões da Casa, por meio de pagamento de empréstimo junto ao banco HSBC.
O esquema foi descoberto por meio da operação Ventríloquo, desencadeada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O Ministério Público do Estado acusa Riva de ser o mentor do esquema. Segundo o órgão, quando presidente da Assembleia, Riva teria autorizado o pagamento integral de R$ 9,6 milhões, referente a uma dívida contraída junto ao banco HSBC, quanto contratação de seguros saúde para os servidores do legislativo.
Mesmo sem ter obtido as microfilmagens de 18 cheques que confirmariam os beneficiários do esquema, Riva manteve a acusação contra os deputados e ex-deputada acima citados.
Ele negou ter participado da reunião para saldar à dívida com o banco, mas admitiu ter se beneficiado com o “acordo”, na ordem de mais de R$ 800 mil.
O ex-deputado revelou ainda ser prática comum na AL/MT, deputado usar assessor para receber valores. “É comum deputado pegar um funcionário dele e falar: vou depositar na sua conta” disse sem citar nomes.
Riva disse que o quadro funcional da AL/MT é e sempre foi uma bagunça, e que Odenil Rodrigues – que teria recebido em sua conta bancária R$ 50 mil, por meio de depósito feito pelo delator do esquema Joaquim Mielli Camargo -, nunca trabalhou na Secretaria Geral, embora conste como lotado no local, mas sim diretamente com Guilherme Maluf. “Sempre foi e é uma bagunça a lotação dos cargos na Assembleia. O Odenil nunca trabalhou na primeira Secretaria, ele trabalha no gabinete do Maluf” declarou.
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