Três reeducandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá e da Cadeia Pública do Capão Grande, em Várzea Grande, foram aprovados no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Eles eram alunos da Escola Estadual Nelson Mandela (antiga Nova Chance) que atende exclusivamente ao sistema prisional - se preparam para a formação universitária a partir de 2014.
Afastado dos bancos escolares por oito anos, o rapaz de 29 anos relata que preferiu não perder mais tempo ao saber da oferta das aulas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Condenado a nove anos de prisão, ele obteve a 7ª classificação do curso escolhido em uma universidade pública e a 1ª em uma universidade privada da capital.
“Me empenhei muito. Aproveitei tudo o que podia. Passava as quatro horas na sala de aula e dava continuidade quando estava sozinho. Sei da importância do ensino e que o diferencial está em cada um. Estudar é uma saída. Na frente do CRC há uma citação que diz que a educação é a arma mais poderosa para se mudar o mundo. Quando você fica confinado em um espaço você tem que se apegar ao desejo de recomeçar”, disse.
Matriculado, ele aguarda que a Vara de Execuções Penais autorize a frequência às aulas do curso em período integral.
Com o início do ano letivo no sistema prisional, o Centro de Ressocialização de Cuiabá passará a atender um total de 381 alunos. O número representa 33% a mais do que o número registrado em 2012. No CRC, as aulas são realizadas em cinco salas e também no espaço da biblioteca. Neste ano serão ofertadas seis salas para atendimento da EJA no Ensino Médio – ano passado eram apenas duas.
Atuação - A Escola Nelson Mandela está presente em 26 municípios em 2014, com quase três mil estudantes matriculados, com um quadro de cerca de cem servidores. “Dentre eles professores mestres atuando para atendimento com um currículo diferenciado ao público”, explica o diretor da unidade Reginaldo Barata.
Ele relata que as questões internas de segurança, assim como a disposição pessoal de agentes penitenciários, interferem no processo educacional, mas não são impeditivos para ações educativas, mas reforça quanto há necessidade de um trabalho de construção de novas concepções, considerando a educação como um agente transformador. “Por isso a sistematização de um Plano, que prevê uma série de ações visando garantir o direito à educação'. (Com informações Seduc/MT).
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