por Edina Araújo/VG Notícias*

Durante a campanha eleitoral em 2012, um dos maiores apelos para conquistar o voto do cidadão várzea-grandense, por parte do então candidato a prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), era o “alinhamento político” com o governador Silval Barbosa, por ser do mesmo partido - e com a presidente Dilma Rousseff (PT) que tem como vice-presidente Michel Temer, também PMDB.

Porém, após a vitória eleitoral, o resumo do tal alinhamento político ficou no jingle de campanha: “eu tô que tô com Dilma, que tá que tá com Silval, que tá que tá com Walace”, mas “ninguém tá que tá com o povo”. Vejamos:

Passados sete meses de administração, pouco ou quase nada aconteceu de bom no município - que tenha sido por conta do “alinhamento político”. O prefeito Walace Guimarães vem reclamando sistematicamente - por meio da imprensa - que as empresas que executam obras de mobilidade urbana no município, para Copa 2014 não cumprem o contrato de recuperar as ruas e avenidas que estão sendo utilizados como rotas alternativas de desvios.

Walace não tem coragem de “peitar” o governador Silval Barbosa, e o único alinhamento político entre a gestão estadual e municipal é a “benção” que o prefeito precisa pedir ao governador, quando necessita tomar medidas decisivas que interferem no interesse do Estado.

Tanto que o prefeito determinou auditoria nos contratos destas empresas - onde foi constatado que realmente elas não estão cumprindo o combinado, e ele, chefe do executivo, com poderes de tomar uma atitude não tomou. Apenas alardeia para a imprensa – mas atitude concreta mesmo até agora nada. Houve, inclusive, ameaça de cassar alvará das empresas – que também não passou de falácia do prefeito e sua equipe.

Tanto é verdade sobre o alinhamento político, que uma fonte do VG Notícias revelou esta semana - o motivo pelo qual o prefeito não toma atitude contra as empresas. A fonte assegurou que o secretário de Infraestrutura do município, Gonçalo de Barros (PMDB), teria confidenciado ele (fonte) que não tem como fazer nada para punir as empresas - porque esbarra no governador Silval Barbosa – que não permite que o município aplique nenhuma sanção a elas. Conforme a fonte, Gonçalo teria dito que as ordens partem de cima para baixo, e eles (secretário e prefeito) ficam de “mãos atadas” sem poderes para punir as empresas que estão causando grandes transtornos aos cidadãos várzea-grandenses.

O que comprova a informação da fonte do VG Notícias, é que o governador Silval Barbosa, “generoso” com Walace Guimarães e bem “alinhado politicamente” com o município, afirmou que já doou para Várzea Grande mais de 10 mil toneladas de massa asfáltica, para recuperar as ruas que se tornaram rotas alternativas. Silval fez questão de informar por meio de assessoria, que estas rotas alternativas, não constam no projeto oficial da Secopa. Silval Barbosa doou por ser um homem de “coração generoso”, mas a conta desta “bondade” quem paga é o cidadão várzea-grandense.

Vejamos: A auditoria interna da Prefeitura de Várzea Grande apresentou na última quarta-feira (31.07) relatório técnico que apurou as responsabilidades e competências das empresas contratadas para execução das obras de mobilidade urbana no município - para a realização da Copa do Mundo de 2014.

No relatório, os auditores da prefeitura recomendaram que o município requeresse, junto a Secopa, a recuperação das ruas e avenidas que vierem a sofrer algum dano, decorrente da execução da obra da Copa na cidade.

Os questionamentos são: Porque o prefeito Walace Guimarães não cassou ainda o alvará das empresas e ingressou na Justiça contra a Secopa e as empresas que não estão cumprindo o contrato? Será que o secretário Gonçalo de Barros, responsável pela infraestrutura do município - tem razão ao afirmar à nossa fonte - que estão de mãos atadas pelo governador Silval Barbosa? O que faz a Câmara de vereadores que não fiscaliza a execução das obras e não toma nenhuma atitude? Será que ainda terá a coragem de votar favorável a isenção do Issqn - para estas empresas, conforme afirmou o presidente Waldir Bento do PMDB, mesmo partido do prefeito e do governador, que seria uma das principais pautas de votação após o recesso parlamentar?

Lamentável várzea-grandense. Entra prefeito, sai prefeito e a população do município está fadada ao sofrimento e ao descaso. O Ministério Público só age se for provocado – quando é provocado, alguns promotores abrem processo investigatório, depois se entenderem, abrem processo civil para apurar as denúncias, e, em muitos casos, arquivam por entenderem que a resposta que o poder público oferece é satisfatória.

Então cabe a população de Várzea Grande duas coisas apenas: Aprender a votar e escolher melhor os representantes; e ter fé em Deus e esperar a providência dele. Porque tudo indica, que este é o jeito dos políticos profissionais do PMDB administrar, e o povo para eles, só servem como número, ainda se tiver título eleitoral.

*Edina Araújo é jornalista e diretora do VG Notícias