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Opinião Segunda-feira, 04 de Março de 2013, 08:30 - A | A

Segunda-feira, 04 de Março de 2013, 08h:30 - A | A

Diga não à violência

A sociedade pode contribuir de várias maneiras para acabar com a questão da violência de homens contra mulheres

Chico Vigilante

 

O bárbaro assassinato ocorrido na última quinta-feira, em plena luz do dia, em Brasília, quando uma moca de 24 anos foi esfaqueada até a morte pelo ex-marido dentro de um shopping da cidade, diante de várias pessoas, chocou a toda a população.

O fato nos leva a pensar: até quando homens se sentirão no direito de matar suas mulheres, namoradas, noivas, ou ex companheiras? O que podemos fazer para mudar esta triste situação que acaba deixando filhos órfãos de mães no cemitério e pais na cadeia?  O que o futuro reservará a estas crianças?

Pelo menos uma destas três perguntas tem resposta. Podemos sim, tentar mudar esta realidade. Estou seguro que este não é um problema sem solução. O poder público já avançou bastante com a criação da lei Maria da Penha e campanhas educativas sobre a questão mas muito mais ainda deve ser feito com a participação estreita da sociedade.

Em 2011, o serviço governamental DataSenado realizou uma pesquisa com mulheres em 119 cidades brasileiras para apurar informações sobre a violência doméstica. Entre as mais de mil entrevistadas, 60% afirmaram acreditar que a proteção da mulher contra a violência doméstica melhorou, mas mesmo assim, 66% acreditam que a violência contra a mulher aumentou.

Do total de mulheres ouvidas, pelo menos metade já conheceu alguma mulher que sofreu violência doméstica e entre essas, a violência física foi a mais citada. Por que será que mesmo com tantos recursos disponíveis para fazer valer a Lei Maria da Penha, muitas mulheres ainda sofrem caladas?

Esta é uma questão que envolve vários fatores: o medo é o principal deles. Medo de retaliações do agressor, muitas vezes anunciadas em freqüentes ameaças; medo de não conseguir sozinha educar os filhos e custear as despesas da casa; medo e vergonha da vítima em confessar que foi agredida.

O que podemos fazer com cada um dos casos de violência que de nós se aproximar? Em primeiro lugar, devemos olhar o agressor como responsável a ser punido pela lei e jamais como vítima. Parente, amigo ou conhecido, não dê razão ao assassino, independente dos motivos que ele teve para cometer o crime.

Não é aconselhável brincar ou debochar sobre situações envolvendo brigas de casais com a ocorrência de agressões, porque isso pode piorar a auto-estima da vítima e fazer com que a situação pareça menos grave do que realmente é. Ao contrário, deve-se prestar pequenos atos de solidariedade em relação à vítima, como: acompanhar ao hospital; à Delegacia da Mulher para fazer a denúncia; ajudar a buscar lugar seguro para se hospedar, aconselhamento psicológico, e advogado para cuidar do caso - serviço oferecido gratuitamente pela Defensoria Pública.

Se você sofre ou conhece alguém que sofre violência doméstica não deixe de fazer sua parte. Essa pessoa realmente necessita de ajuda. Isso pode salvar uma vida, ou mais de uma. Nunca se sabe que desdobramentos pode ter conflitos onde o fator emocional é um forte componente.

Atualmente, apenas 28% das mulheres que sofrem agressão denunciam seus companheiros, enquanto 23% sofrem caladas ou não fazem nada a respeito. A única forma de coibir este tipo de ação violenta, no entanto, estejamos certos, é fazer valer a lei, denunciando agressor, ou auxiliando as vítimas antes que seja tarde demais.

 

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