Dois jovens estão sendo investigados pela Polícia Federal após administrarem páginas na internet onde anunciavam a venda de kits abortivos por até R$ 650, sem entregar o remédio. A PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça na casa dos dois suspeitos, em Cuiabá, e um de condução coercitiva contra um deles. Os dois irão responder pelo crime de estelionato em liberdade.
As investigações tiveram início em 2011, após denúncias anônimas feitas por pessoas que caíram no golpe da dupla. Elas pagavam de R$ 350 a R$ 650 pelos kits, que nunca eram entregues. Interrogados na sede da Superintendência da PF, na capital, ambos confessaram que anunciavam a venda do remédio, mas negaram que alguma vez tenham comercializado o produto.
Segundo a Polícia Federal, os suspeitos são de classe média, moram em bairros nobres da capital e mantinham no ar dois sites para a venda de kits do remédio "Cytotec". Ambos não tinham empregos formais e viviam da renda conquistada pelos golpes na internet. Atualmente, os dois sites estão fora do ar.
De acordo com a polícia, as vítimas escolhiam os kits nos sites e recebiam o número de uma conta bancária para que fizessem o depósito do dinheiro da compra. Os suspeitos, porém, ficavam com o dinheiro e não realizavam a entrega do remédio. Segundo a PF, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos, nenhum remédio foi encontrado.
A PF ressaltou, porém, que a pessoa que compra o Cytotec e o utiliza também pode ser investigada pelo crime de aborto. Caso compre para repassar ou vender, pode responder por receptação. Nesse caso, como as denúncias foram feitas de forma anônima, nenhum dos supostos clientes é alvo de investigação.
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