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Cidades Quinta-feira, 17 de Março de 2016, 08:52 - A | A

Quinta-feira, 17 de Março de 2016, 08h:52 - A | A

Desabafo

“Corrupção compensa com a impunidade”

O empresário contou que após denunciar o esquema, teve que mudar de ramo

Rojane Marta/VG Notícias

Empresário do setor gráfico, Reinaldo Von Scharten viu sua vida se transformar, após procurar o Ministério Público do Estado e denunciar o funcionamento do esquema milionário de desvios feitos por meio do setor gráfico em Mato Grosso com órgão públicos.

Foi a partir da denúncia do empresário, feita em 2012, que o Ministério Público instaurou investigação, e em 2014 houve uma delação que veio confirmar tudo que o denunciante havia mostrado, deflagrou-se então a operação Edição Extra, com objetivo de desmantelar suposto esquema envolvendo gráficas e que teria lesado os cofres públicos em mais de R$ 40 milhões no Governo do Estado e em mais de R$ 20 milhões na Assembleia Legislativa.

Atualmente, Reinaldo vive em outro Estado, sob segurança. Em entrevista exclusiva ao VG Notícias, o empresário contou que após denunciar o esquema, teve que mudar de ramo, e desabafa, “valeu a pena?”, pois, infelizmente o que ele vê é impunidade para os que de fato lesaram o erário.

“Por ter denunciado um esquema de corrupção no setor gráfico, setor esse que eu trabalhava, tive que mudar de ramo. Todas as denúncias feitas por mim estavam atestadas com provas de tais corrupções. Hoje, os denunciados estão trabalhando como se nada tivesse ocorrido. Sempre me pergunto, a corrupção compensa?  Às vezes começo a achar que sim, pois entreguei essa quadrilha e somente eu que sai perdendo, pois esse câncer chamado corrupção fez com que eu tivesse que sair do mercado. Perdi quase tudo que consegui em muitos anos de trabalho sério e honesto. Fazer o que, a corrupção venceu” desabafou.

Reinaldo contou ao VG Notícias, que gráficas de Cuiabá e de Várzea Grande, além de algumas Secretarias estaduais e deputados são suspeitos de terem participado desse esquema de licitações envolvendo o setor gráfico.

“Acho também que os principais responsáveis são as gráficas, porque se submeteram a esse tipo de falcatrua, esquentando dinheiro desviado” destacou.

Conforme ele, as gráficas, principais envolvidas neste esquema de corrupção, ficavam com 25% das notas fiscais e os 75% eram devolvidos a origem da licitação.

“Em alguns casos as gráficas ficavam com 100%, porque faziam o material gráfico, principalmente materiais de candidatos da campanha eleitoral de 2012. Procurei diversos partidos e candidatos na época para fazerem materiais publicitários de campanha (cartaz, folders, santinhos, entre outros), mas, a maioria já tinham créditos nessas gráficas” contou e se questionou: “Créditos de que? E como o Tribunal Regional Eleitoral não vê isso? como foi a prestação de contas desses materiais? E em pleno período eleitoral a Assembleia Legislativa faz nova licitação mais de R$ 37 milhões?(Operação Sadoma)”.

Indignado com a situação, já que muitos dos candidatos eleitos, e de certa forma foram beneficiados com seus materiais já estão em fim de mandato (prefeitos e vereadores da capital e interior do Estado que o partido doou material por influência de alguns políticos), Reinaldo cita que infelizmente não houve e não há punição contra os “saqueadores” dos cofres públicos, como nesse caso. Clique Aqui e Aqui confira como funcionava esquema, segundo o empresário.

 

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