Os vereadores por Várzea Grande denunciaram nessa quarta-feira (09.12) o “reajuste” de 200% concedido no valor das refeições servidas no Restaurante Popular do município. Segundo eles, o valor é abusivo e fora dos padrões econômicos dos trabalhadores que consomem a comida no estabelecimento.
De acordo com o vereador Wanderley Cerqueira (PSD), a atual secretária de Assistência Social, Kathe Kohlhase, promoveu um aumento abusivo no valor das refeições, passando de R$ 2,00 para R$ 6,00.
“Vendedores ambulantes, picolezeiros, pedreiros, serventes e outros trabalhadores assalariados não tem condições de pagar R$ 6,00 para comer no Restaurante Popular. A secretária precisa olhar para isso e parar de cobrar esse preço absurdo”, declarou Cerqueira.
Já o vereador Chico Curvo denunciou o constrangimento que os trabalhadores estão sofrendo ao entrar no Restaurante Popular. “Na entrada uma atendente pergunta quanto você ganha e depois faz o cadastro para depois a pessoa ter o direito de comprar a sua refeição. Isso é um absurdo. Um trabalhador não pode passar por esse tipo de constrangimento”, disse Curvo.
Em defesa da atual administração, o vereador João Tertuliano – popular Joãozito (DEM)-, disse que o cadastramento das pessoas é uma medida adotada para identificar as pessoas de “baixa renda” e essa poder pagar o valor mínimo, que é R$ 2,00. Ainda segundo ele, já os R$ 6,00 são cobrados apenas de pessoas que ganham acima de R$ 1.600,00.
“Tinham pessoas com bom poder aquisitivo almoçando no Restaurante Popular, porque a comida é de boa qualidade, e a administração municipal teve que adotar essa medida. Não é justo uma pessoa que ganha bem comer no Restaurante Popular pagando apenas R$ 2,00”, declarou o parlamentar.
A vereadora Sumaia Leite (Solidariedade) sugeriu aos parlamentares convocar a secretária de Assistência Social, Kathe Kohlhase, para explicar os motivos do aumento no valor das refeições, como também apresentar planilhas de custo de quanto o município paga por cada comida servida no estabelecimento. A expectativa é que a gestora deve ser convocada nos próximos dias para apresentar as explicações.
Outro Lado - Em entrevista ao VG Notícias, a secretária de Assistência Social, Kathe Kohlhase, informou que a administração municipal realizou um estudo para a implantação de um sistema de controle de pessoas que almoçavam no Restaurante Popular, e foi constatado que muitas pessoas recebiam acima de R$ 1.600 mil.
“O Restaurante Popular faz parte do programa Fome Zero, é consta que as pessoas que devem ser atendidas têm que estar em estado de vulnerabilidade social, idosos, deficientes físicos, e que recebem até R$ 1.600 mil. Muitos empresários e servidores públicos que recebem mais de R$ 1.600 mil almoçavam no Restaurante de forma inadequada. Por isso que criamos um sistema de controle e passamos a cobrar R$ 6,00 para quem não se enquadra no programa”, explicou.
Segundo ela, as pessoas que almoçam no Restaurante, que se enquadram no programa, pagam R$ 3,00 pela comida e se cadastram em uma lista para poder pagar o preço mínimo todos os dias que almoçarem no estabelecimento.
“A gestão passada não fazia esse controle, e nós implantamos isso para nos adequarmos ao programa. A forma que estamos cobrando os preços é correta e amparada legalmente”, disse a gestora ao afirmar que está disposta a prestar todos os esclarecimentos aos vereadores do município.