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Economia Terça-feira, 11 de Agosto de 2015, 17:01 - A | A

Terça-feira, 11 de Agosto de 2015, 17h:01 - A | A

Reajuste

Conta de luz pode ficar mais cara

Déficit nas contas das geradoras de energia é motivo

Extra

O déficit estimado em R$ 20 bilhões nas contas das geradoras de energia elétrica, em 2014, somado à elevação de gastos dessas empresas este ano, poderá ter um novo impacto na conta de luz dos consumidores, com mais um reajuste extraordinário. Ainda não há como prever de quanto será o aumento nem quando ocorrerá, mas o rombo cresce e tende a ser repassado aos clientes.

O problema se deve à diferença de preços entre a geração de energia produzida por hidrelétricas e aquela gerada por termelétricas, que é mais cara. Estas são acionadas quando há estresse hídrico, estiagem e baixo nível de água nos reservatórios, o que vem ocorrendo nos últimos anos. Com menos energia gerada por hidrelétricas, as geradoras tiveram que buscar — nas térmicas e no mercado de curto prazo — a energia mais cara, cumprindo a obrigação de entregar às distribuidoras (como Light e Ampla) a quantidade de eletricidade prevista.

Hoje, a inadimplência do setor de geração chega a 47,28%, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Do valor não pago pelas empresas, R$ 891,9 milhões (correspondente a 29,81%) estão cobertos por liminares, ou seja, as geradoras não pagam porque contestam o pagamento na Justiça.

A Associação dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) e a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) — que representam várias geradoras — conseguiram decisões favoráveis para não arcar com o prejuízo que vinha sendo cobrado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

— É muito ruim para o mercado essa quantidade de liminares. O governo deveria acelerar as negociações com o setor — disse Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia.

A Aneel já participou de duas reuniões no Ministério de Minas e Energia com representantes das empresas para tentar chegar a um acordo e não repassar o rombo aos consumidores. Uma das propostas é o governo estender o tempo de concessão e oferecer outras cotas àqueles que tiveram prejuízo.

— O governo, em 2013 e 2014, tinha duas situações: ou racionava ou gerava energia a qualquer custo. Decidiu entregar a qualquer custo. Hoje, pagamos uma das tarifas mais caras do mundo — disse Luís Gameiro, diretor da Trade Energy, comercializadora de energia — Agora, esse impacto para os consumidores só viria lá na frente, no término da concessão dessas usinas, que serão em diferentes momentos.

Para Reinaldo Castro, professor do departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, o reajuste virá de qualquer forma.

— Já houve um aumento extraordinário e com certeza vai haver outra. Não se sabe quando. Sutilmente, o governo, pelo nível dos reservatórios, deve baixar para bandeira amarela para, depois, dar mais um reajuste extraordinário. Mas não agora. Se ele faz um reajuste agora, é um tiro no coração. O governo não tem mais condições políticas e econômicas para fazer esse reajuste.

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