Quem anda pelo centro de Cuiabá possivelmente já se deparou com panfletos amarelos espalhados pelas ruas oferecendo dinheiro rápido, fácil e sem consulta ao SPC ou Serasa. Entretanto, a Polícia Civil alerta que é preciso tomar cuidado para não cair no “golpe do empréstimo”.
No final do ano passado, a Polícia Civil de Minas Gerais (MG), durante a operação “Credial”, desbaratou uma quadrilha que aplicava golpes de empréstimos em nome de empresa fantasma que operava em pelo menos sete Estados, entre eles Mato Grosso, segundo noticiários da imprensa mineira. Nos folhetos são oferecidos financiamentos de R$ 5 mil a R$ 100 mil e citados três exemplos de empréstimo. Um crédito no valor de R$ 10 mil, a pessoa poderá pagar em até 120 vezes, com parcelas fixas no carnê de R$ 105,00. A mesma quantidade de parcelas, mas no valor de R$ 210,00, também pode ser feita para quem emprestar R$ 20 mil.
A garantia é de liberação imediata do dinheiro. Ocorre que os golpes geralmente ocorrem quando a facilidade é grande. Nos panfletos não é divulgado o nome do banco ou financeira, muito menos há algum endereço. Apenas dois telefones de uma única operadora para contato. Para enganar os incautos, os golpistas pedem os dados da pessoa, como CPF, endereço, CEP, e dizem que em poucos minutos fazem a análise.
Após, informam que não consultam Serasa e que o dinheiro é liberado imediatamente. “Eles pegam os dados e abrem empresas e até financeiras em outros Estados com o nome da vítima”, alertou o delegado José Carlos Damião. “Eles criam ‘laranjas’ com o nome da pessoa”, acrescentou.
O delegado destaca ainda que nos falsos empréstimos as vítimas são levadas a depositar valores correspondentes ao que os estelionatários chamam de seguro-fiança, geralmente 10% do montante requerido. “A pessoa paga R$ 3 mil para receber R$ 30 mil”, exemplificou, informando que esse tipo de golpe costuma ser dado por presos de dentro de presídios.
Conforme José Carlos, alguns cuidados são necessários para evitar prejuízos futuros. Um deles é certificar o endereço ou a existência física (sede) da empresa, bem como registro na Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat).
Também é possível checar junto ao site do Banco Central (www.bcb.gov.br) se a empresa tem autorização para ofertar empréstimos. Nunca envie seus documentos por fax ou e-mail para esse tipo de empréstimo.
O delegado informou que até o momento não houve registro de boletim de ocorrência referente à empresa ou financeira que espalhou os panfletos pela cidade, mas que iria apurar a sua idoneidade.
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