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Cidades Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2014, 10:08 - A | A

Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2014, 10h:08 - A | A

Nota

“MT tem mais de 3 milhões de hectares de terras públicas da União, apoderadas por grupos políticos e econômicos do agronegócio” diz MST

O Movimento elogia a operação “Terra Prometida”, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal, e cita que Mato Grosso não tem nenhum proprietário com mais de 100 mil hectares de terras registradas em seu nome, porém, os reis da soja plantam mais de

por Rojane Marta/VG Notícias

Em nota, o Movimento dos Sem Terras (MST), afirma que “Mato Grosso tem mais de 3 milhões de hectares de terras públicas da União, que estão sendo apoderadas pelos principais grupos políticos e econômicos do agronegócio do Estado”.

O Movimento elogia a operação “Terra Prometida”, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal, e cita que Mato Grosso não tem nenhum proprietário com mais de 100 mil hectares de terras registradas em seu nome, porém, os reis da soja plantam mais de 200 mil hectares dizendo ser em terras arrendadas.

“Muito estranho com esse boom da soja os proprietários preferirem arrendar suas terras. A Justiça Federal e a Polícia Federal precisa fazer uma fiscalização nesses contratos, para que possamos saber o quanto são feitos por pessoas verdadeiras e quantos são apenas contratos fantasiosos” destaca.

Confira na íntegra:

O MST vem a público reconhecer a importante ação da Polícia Federal e da Justiça Federal para desmontar o esquema mafioso e criminoso que o agronegócio executa em Mato Grosso para grilar terras públicas da União e terras devolutas do Estado.

O agronegócio se utiliza das mais variadas formas de violência física e psicológica contra os mais distintos povos do campo (pequenos agricultores, quilombolas, indígenas, etc) para avançar sobre os territórios.

Lamentamos que essa ação também não seja feita nas terras da Gleba Marzagão, que é terra da União no município de Rosário Oeste, onde o grupo do rei da soja e políticos do DEM e PSD ocupam as terras com plantios de soja enquanto um acampamento de trabalhadores rurais espera mais de seis anos que a área seja dividida pelo INCRA.

O MST sempre foi contra a venda de lotes da reforma agrária e sempre denunciou essa prática. Desde 2006, o MST sofre ameaças por parte de compradores de terras, através de recados indiretos e por terceiros, que obrigaram seus dirigentes a recuar nas denúncias.

O INCRA deveria fazer a fiscalização, mas acaba sempre reconhecendo o comprador, dizendo que está dentro dos critérios da clientela da reforma agrária, através de servidores corruptos e ou por omissão.

Porém, na maioria das vezes, os lotes vão para nomes de parentes ou mesmo laranjas, que pagam de duzentos a quinhentos mil reais para comprar um lote, que é destinado a não beneficiários da reforma agrária.

O Mato Grosso tem mais de 3 milhões de hectares de terras públicas da União, que estão sendo apoderadas pelos principais grupos políticos e econômicos do agronegócio. Todas as grandes empresas do agronegócio no estado têm atuação em terras públicas da União e terra devolutas.

O Mato Grosso não tem nenhum proprietário com mais de 100 mil hectares de terras registrado em seu nome, porém, os reis da soja plantam mais de 200 mil hectares dizendo ser em terras arrendadas. Muito estranho com esse boom da soja os proprietários preferirem arrendar suas terras.

A Justiça Federal e a Polícia Federal precisa fazer uma fiscalização nesses contratos, para que possamos saber o quanto são feitos por pessoas verdadeiras e quantos são apenas contratos fantasiosos.

Nosso povo sem terra, os verdadeiros beneficiários da reforma agrária, estão passando em média oito anos em acampamentos na beira de estrada para conseguir um lote de 20 hectares, enquanto os barões da soja se apropriam de forma criminosa de dezenas de milhares de hectares, utilizando até de assassinatos.

O MST tem o compromisso de continuar a luta por uma verdadeira reforma agrária em nosso país. Continuar a luta contra essas práticas de apropriação indevida e criminosa dos bens da natureza (terra, água, florestas e minérios).

Vamos continuar a luta por um outro modelo de produção, baseado na agroecologia, na preservação do meio ambiente, na produção de alimentos  saudável sem a utilização de venenos.

Continuaremos a luta para que os bens da natureza estejam em função do bem-estar de toda a sociedade brasileira, em vez de atender apenas a ganância do agronegócio por mais lucro, sem se importar minimamente com a saúde física, psíquica e ambiental da sociedade brasileira

Lutar! Construir Reforma Agrária Popular!

Direção Estadual MST MT

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