O empresário Shinko Nakandakari, apontado pelo diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros Fonseca como um dos operadores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras, enviou nesta terça-feira (25) à Justiça Federal do Paraná uma petição na qual nega ter cobrado propina de empreiteiras que prestam serviços à estatal.
No mesmo documento, a defesa de Nakandakari solicita acesso aos documentos obtidos pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava Jato e aos depoimentos do executivo que o delatou. Fonseca é um dos 14 presos pela operação policial.
Segundo o advogado de Shinko Nakandakari, a versão "unilateral" veiculada na imprensa de que ele teria recebido propina da Galvão Engenharia "não corresponde à verdade".
"A versão unilateral apresentada por essas matérias jornalísticas decididamente não corresponde à verdade, e Shinko Nakandakari precisa ser ouvido pelas autoridades a fim de trazer os fatos de volta à realidade", ressaltou o defensor do suposto operador da Lava Jato.
Nesta segunda-feira (24), a defesa de Erton Fonseca enviou à Polícia Federal comprovantes de pagamentos de R$ 8.863.000 referentes a uma suposta propina repassada pela construtora ao esquema de corrupção que tinha tentáculos na Petrobras. O dinheiro foi depositado nas contas de Luis Fernando Sendai Nakandakari e Juliana Sendai Nakandakari, sócios da empresa LFSN Consultoria, da qual Shinko é sócio majoritário.
De acordo com a defesa do diretor da Galvão Engenharia, os pagamentos foram feitos ao empresário Shinko Nakandakari para evitar que a empreiteira fosse prejudicada em contratos que mantinha com a estatal do petróleo.
"Shinko Nakandakari precisa ser ouvido pelas autoridades a fim de trazer os fatos de volta à realidade [...] Diante do exposto, o Peticionário [Nakandakari] requer lhe seja deferida a extração de cópia integral dos autos da investigação, notadamente do(s) depoimento(s) prestado(s) por Erton Medeiros Fonseca e de tudo o mais que envolva o seu nome, a fim de que possa ter ciência de todos os fatos e, ainda, prestar às autoridades os esclarecimentos necessários", ponderou à Justiça Federal o advogado de Nakandakari.
Em outro trecho da petição, os advogados do empresário afirmam que seu cliente está "à inteira disposição" da PF, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal para colaborar com as investigações.
O documento anexado pelo executivo da Galvão Engenharia ao processo da Lava Jato mostra que a empreiteira efetuou 20 transferências para a LFSN Consultoria. Os repasses foram feitos entre 8 de janeiro de 2010 e 25 de junho de 2014.
No documento enviado na segunda-feira à Polícia Federal, os advogados de Erton Fonseca asseguram que o executivo pagou propina sob a "efetiva ameaça de retaliação" das contratações que a Galvão Engenharia S/A tinha com a Petrobras.
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